terça-feira, 15 de abril de 2008

PF prende em Minas traficante alemão procurado pela Interpol

Apontado como integrante de uma quadrilha internacional de drogas, o alemão Frank Armin Dahmen, de 53 anos, foi preso pela Polícia Federal no final da tarde desta segunda-feira (14), em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Conforme informações da Embaixada alemã no Brasil, Dahmen era procurado pela Interpol (a polícia internacional) desde 2001, quando o grupo criminoso foi desarticulado. No período de cinco anos, de 1996 a 2001, a quadrilha teria traficado para a Alemanha "toneladas" de drogas, entre cocaína, anfetaminas e maconha, segundo informou a PF.Com o pedido de prisão decretado pelas autoridades alemães, Dahmen fugiu para o Brasil, desembarcando em São Paulo em setembro de 2001. Ele vivia em Uberlândia desde 2004, onde cumpria uma rotina tranqüila e discreta, sem demonstrar sinais de riqueza. Dahmen também não se preocupou em mudar a identidade. Na cidade, foi dono de um pequeno restaurante - já fechado - e cursava arquitetura em uma faculdade particular. A PF não tem informações de que ele tenha mantido a atividade de traficante no período em que permaneceu no município do Triângulo Mineiro.Vigiado nas últimas três semanas pelos agentes federais, o alemão foi preso quando retornava de uma viagem. Ele foi abordado pelos policiais federais por volta das 17h45, nas proximidades de sua residência, no bairro de classe média baixa Sejismundo Pereira. Dahmen não resistiu à prisão. Ele morava sozinho numa casa de fundos e, nas buscas realizadas pelos policiais, não foram encontradas armas ou drogas.Extradição
Levado para a sede da PF em Uberlândia, o alemão foi transferido para a Superintendência em Brasília e ficará à disposição da embaixada da Alemanha no Brasil. Posteriormente, ele poderá ser extraditado para seu país de origem. "Foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal um mandado de prisão preventiva para fins de extradição. De alguns endereços, constava esse de Uberlândia. Em investigações, constatamos que em uma residência morava uma pessoa sozinha cujas descrições físicas eram semelhantes com as passadas pela Interpol", disse o delegado Julio Bortolato, que comandou a prisão. Segundo o delegado, Dahmen era o único integrante da quadrilha de 14 pessoas que permanecia foragido. Os outros 13 integrantes do grupo já foram condenados, com penas variando ente sete e 13 anos de prisão.Discrição
Moradores vizinhos à residência que Dahmen ocupava há pelo menos dois anos disseram que nunca notaram movimentações estranhas. O alemão era considerado bastante discreto. "Era uma pessoa calada, só chegava e saía, não costumava comentar nada. A casa parecia sempre fechada", disse o músico Cláudio José, de 31 anos, que mora em frente ao local. "A gente não via ninguém na casa", reforçou uma senhora, que preferiu não se identificar. Nos últimos meses, depois de fechar seu pequeno restaurante - chamado Comilão Lanches -, Dahmen, quando questionado, dizia que vinha sendo sustentado pela mãe, que mora na Alemanha. Ele cursava o último ano de arquitetura no Centro Universitário do Triângulo (Unitri). De acordo com um colega de curso, o acusado de tráfico internacional era uma pessoa "tranqüila", mas um típico alemão, às vezes "sisudo". A Unitri informou que nenhum representante da universidade iria se pronunciar sobre o assunto.

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