terça-feira, 29 de abril de 2008

Sobe para quatro o número de mortos em operações no Rio

Mais uma pessoa foi morta na tarde desta terça-feira (29) em operações em favelas do Rio de Janeiro. Um homem foi morto em confronto com policiais do Grupamento de Ações Táticas (GAT) no Morro Jorge Turco, em Honório Gurgel, no subúrbio do Rio de Janeiro. Segundo a PM, o baleado, ainda não identificado, seria criminoso.
De acordo com o batalhão, policiais foram checar uma denúncia de tráfico na região. O baleado chegou a ser levado para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, no subúrbio, mas não resistiu. Com ele, a polícia apreendeu uma pistola, uma granada e um radiotransmissor. A polícia afirmou que a situação é tranqüila no local.
Os tiroteios aconteceram um dia depois de o governador Sérgio Cabral advertir que não haverá trégua para os criminosos e que vai manter a política de enfrentamento, as polícias Civil e Militar retomaram a ofensiva contra o tráfico e às quadrilhas de roubos de carros no Rio. Operações simultâneas foram realizadas em pelo menos sete favelas, nesta terça. Até o início da tarde, cinco pessoas tinham sido presas.
Alvos principais
Os alvos principais foram o Morro do Dendê, favelas do Jacarezinho e Manguinhos, no subúrbio, Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, na Zona Sul, e Fumacê, na Zona Oeste. Policias militares do 14º BPM (Bangu) ainda fizeram operação nas favelas Cavalo de Aço e Sapo, em Senador Camará, e Vila Aliança, em Bangu, na Zona Oeste. De acordo com a PM, a ação era para cumprir mandados de prisão.
Logo cedo, agentes da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae) chegaram ao conjunto habitacional conhecido como Fumacê, em Realengo, e surpreenderam Luiz Cláudio Nóbrega Russo, 38 anos, o Claudinho Feijão.
Ele era considerado o homem de confiança do chefe do tráfico, Fernando Gomes da Silva, o Fernandinho Português, que atualmente está fora da favela. Com Claudinho, os policiais apreenderam uma pistola calibre 40. Outros dois suspeitos foram presos no local. Ninguém reagiu à prisão.Na favela do Jacarezinho, policiais do 3º BPM (Méier) trocaram tiros com criminosos durante a entrada na comunidade e dois suspeitos foram mortos. Na Ladeira dos Tabajaras, outro homem morreu em confronto com policiais do 19º BPM (Copacabana). Segundo a polícia, ele seria um traficante da região.Já em Manguinhos, dois suspeitos foram presos em flagrante em operação do 22º BPM (Maré). Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) também fizeram incursão no Morro do Dendê, na Ilha do Governador. Um homem foi preso e uma arma apreendida.Na semana passada, o Bope e o Batalhão de Choque fizeram uma operação na Vila Cruzeiro na Penha, no subúrbio do Rio. Seis pessoas morreram, seis ficaram feridas e 14 foram presas, segundo informações da PM.
Claudinho Feijão
Nesta terça-feira, a prisão mais significativa, de acordo com a polícia, foi a do traficante Claudinho Feijão, apontado como o criminoso mais violento da região.
A polícia já havia realizado várias investidas no Fumacê para desarticular a quadrilha de Fernandinho Português e Claudinho Feijão que aterrorizava moradores e motoristas. Uma das mais violentas foi em setembro de 2007, quando mais de cem agentes ocuparam a comunidade por mais de quatro horas. Na época, sete homens morreram e dois foram presos. Todos foram apontados como traficantes pela polícia. Mas a investigação havia começado cinco meses antes, logo depois que o inspetor Antônio Carlos Ferreira, da Drae, foi executado ao ter sido identificado como policial num assalto na Estrada da Água Branca, que passa pelo conjunto.
Facções rivais
A disputa entre facções rivais pelo domínio das bocas-de-fumo e os ataques aos motoristas transformaram as favelas Fumacê, Batan e Vila Vintém em um dos territórios mais violentos da Zona Oeste.Um dos casos mais dramáticos aconteceu no dia 10 de setembro de 2006, quando a recepcionista Emanuelle Ribeiro Barbosa, 20, levou um tiro na barriga. Ela estava no carro de um amigo que tentou cruzar uma blitz de criminosos em frente à favela. Os criminosos atiraram e a jovem morreu.
Em 26 de abril do ano passado, a estudante Juliana Pereira da Silva, 23, foi atingida por uma bala perdida quando voltava de uma festa com amigos. No momento, havia um confronto entre bandidos do Fumacê e do Batan. Ela foi levada para o Hospital Albert Schweitzer, mas não resistiu aos ferimentos.Três meses depois, em um outro conflito entre as facções rivais, a dona-de-casa Rosa Angélica Avelino Ferreira, 45, ficou no meio do fogo cruzado e morreu ao ser atingida por um tiro na cabeça na entrada do Fumacê.

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