terça-feira, 1 de abril de 2008

Menina foi encontrada com vida pelos bombeiros, dizem peritos

Peritos disseram que a menina que caiu do sexto andar de um prédio sábado (29) na zona Norte da capital estava viva quando atingiu o chão. A menina de 5 anos passava o fim de semana com o pai, quando caiu ou foi jogada do 6º andar de um prédio.Peritos afirmam que os bombeiros encontaram a menina com vida e tentaram reanimá-la com a ajuda de aparelhos. Mas ela morreu antes de chegar ao hospital. Eles disseram também que a menina caiu de lado e por isso fraturou o punho direito. Os peritos informaram que a menina tem marcas no pescoço e manchas no pulmão. Os laudos oficias do Instituto Médico Legal devem sair em 30 dias. Na manhã desta terça-feira (1) três pessoas prestaram depoimento, vizinhos e moradores do prédio. À tarde, outras cinco pessoas serão ouvidas. O depoimento mais importante foi de uma mulher que contou ter ouvido gritos de criança, depois que a família chegou. A polícia investiga se os gritos eram da menina

A polícia procura pessoas que estavam perto ou dentro do prédio na noite que a menina morreu. O pai e a madrasta também já falaram com a polícia. O homem diz que alguém pode ter entrado no apartamento e jogado a menina, enquanto ele não estava. A mãe da menina deve prestar depoimento na quarta-feira (2). A delegada que ajuda nas investigações encaminhou ofícios à PM e aos Bombeiros para que as pessoas que prestaram os primeiros socorros à menina sejam ouvidas. A polícia espera a transcrição de quatro ligações feitas do prédio para o Corpo de Bombeiros, depois que a criança caiu. A tela de proteção não está mais na janela do quarto de onde a menina caiu. O material foi levado para perícia.

Condepe
O Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) vai pedir nesta terça-feira (1º) que o Ministério Público Estadual (MPE) e o Conselho Tutelar acompanhem as investigações.
"A gente está acompanhando e vendo que é uma investigação bastante complexa”, disse o secretário geral do Condepe, Ariel de Castro Alves. De acordo com ele, o acompanhamento pelo Conselho Tutelar é “mais uma cautela” por causa dos outros dois filhos do pai da menina, que “de alguma forma acabam sofrendo com um processo traumático como esse.” Para o Condepe, o MPE acompanharia as investigações porque é o titular da ação penal. “Nós entendemos que há mais êxitos nos processos e ações quando o MP acompanha desde o início”, justifica Alves. De acordo com ele, tanto o MP quanto o Conselho Tutelar poderiam ajudar no esclarecimento das circunstâncias da morte da menina. “Podem ter testemunhas que ficam inibidas em procurar a polícia, mas podem procurar o Conselho Tutelar e o Ministério Público, inclusive pedindo sigilo”, afirma.

Agressão
Na tarde de segunda-feira (31), o delegado Calixto Calil Filho disse que os peritos encontraram manchas de sangue na entrada do apartamento de onde a menina caiu. O material foi colhido para a realização de exame de DNA.

De acordo com o delegado, o sangue é um indício de que a menina pode ter sido agredida antes de entrar no apartamento ou que tenha sido levada para fora do imóvel durante a agressão. Também foram encontradas marcas de sangue no corredor que leva à saída principal do apartamento, na sala e na tela de proteção da janela. "O que mais chama e intriga são estas manchas de sangue", afirmou.

Calixto Calil disse também que foi informado pelos peritos do Instituto Médico Legal (IML) que o corpo da menina tinha escoriações na testa e em outras partes do corpo, possivelmente produzidos antes da queda. O delegado admitiu inclusive a possibilidade de a menina já ter sido levada para o apartamento com algum ferimento. "Estamos investigando, mas não dá para saber", disse.

Além disso, foram colhidos materiais no veículo do pai, que está lacrado. De acordo com o delegado, os resultados dos laudos vão ser peças fundamentais para que se chegue ao responsável pela queda e conseqüente morte.


Pedreiro averiguado
Também na tarde de segunda-feira, um pedreiro prestou depoimento no inquérito que investiga a morte da menina. O homem é apontado pelo pai da menina como seu desafeto.“Ele é um dos averiguados”, disse o delegado Calixto Calil Filho. O pedreiro foi apontado pelo pai, em um de seus depoimentos, como o provável agressor da menina. Ao prestar depoimento nesta segunda, o pedreiro demonstrou estar tranqüilo, segundo o delegado. “Ele foi convincente e se mostrou até mesmo surpreso por ter sido acusado pelo pai. Ele disse que chegaram a ter conversas ásperas, mas que nem lembrava mais disso. Aparentemente, ele não guarda mágoa alguma”, declarou Calil Filho. O pai e a madrasta continuam sendo averiguados no caso, segundo o delegado. “E há um terceiro averiguado, que seria o suposto homem que teria invadido o apartamento, segundo o pai nos falou. Este homem poderia ter entrado pelos fundos [do prédio], pela garagem ou mesmo já estar no apartamento. Estamos trabalhando com todas as hipóteses. É um mistério”, disse.
Desespero
Um morador do prédio disse que presenciou o desespero do pai dela logo após a queda. “Ele olhava a criança, escutava o coração. (...) Ele ia da criança, no jardim, até o parapeito do prédio para a rua desesperado”, contou o vizinho.

O pai da menina contou aos policiais que a morte da menina ocorreu depois que eles voltaram da casa da sogra. Ele disse que primeiro levou a filha para um quarto, o que costuma ser ocupado por seus outros dois filhos, um de três anos e um de 10 meses, onde ela ficou dormindo. Depois, voltou à garagem do prédio para ajudar a mulher a subir com os outros dois filhos.

Ainda em depoimento, o pai disse que quando subiu de volta ao apartamento achou que havia algo estranho. A luz do quarto - que ele garantiu ter apagado - estava acesa. Alexandre também disse que não viu a filha sobre a cama, e achou que ela havia caído no chão do quarto. Depois percebeu a tela cortada. Olhou do alto e viu a filha caída no jardim do prédio. A polícia diz que a tela de proteção foi cortada. "Ela não sofreu uma queda acidental. Alguém rompeu a tela protetora da janela e jogou essa criança", afirmou Calil Filho.

Na tarde de domingo (30), o delegado disse que a polícia ainda não tinha como apontar quem jogou a criança do sexto andar do prédio. "Não há indício forte contra ninguém. Não há indício algum de participação deste ou daquele." O corpo da menina foi enterrado por volta das 9h40 desta segunda-feira (31). Cerca de 200 pessoas acompanharam o enterro, que aconteceu no Cemitério Parque dos Pinheiros, na mesma região.

Um comentário:

Anônimo disse...

a mãe da menina chegou a tempo d e presenciar a menina ainda no jardim do prédio,pois numa reportagem ela dis estar perto?