domingo, 13 de abril de 2008

Promotor e defesa discordam sobre rumos do caso Isabella

O advogado do pai e da madrasta de Isabella e o promotor do caso falaram ao programa Fantástico, da Rede Globo. O advogado Marco Polo Levorin disse que não há provas para pedir a prisão preventiva do casal. E o promotor Francisco Cembranelli contou a semana pode ser decisiva por causa da provável liberação dos laudos das perícias.
"Testemunhas, muitas, desmentem a versão já apresentada pelo casal. É claro que haverá um confronto com outras provas para que a verdade apareça", disse o promotor.
A defesa, que na quinta-feira (10) apresentou uma lista com 22 pessoas que gostaria que fossem ouvidas no inquérito, ressaltou que as provas apontadas até o momento não são conclusivas. "Se nós considerarmos que as provas periciais sequer foram concluídas, se considerarmos que tem tantas testemunhas para serem ouvidas, a gente vai observar que estamos dianta de provas absolutamente precárias", disse Levorin.
Enquanto o promotor reafirma que no inquérito testemunhas teriam dito que houve briga entre o casal na noite do crime, o advogado diz que os vizinhos do apartamento acima do de Alexandre Nardoni não contam ter ouvido nenhuma confusão ou briga. "Como a pessoa do andar de cima não ouve e pessoas a 30 metros podem identificar o local?", questiona. Por sua vez, o promotor diz que testemunhas reconheceram a voz da pessoa que brigava como sendo a de Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella.
Ressaltando a imparcialidade do Ministério Público e da Polícia Civil, o promotor diz que as investigações estão abertas também para a versão contada pelo casal. "Nada foi desprezado", disse. O advogado do casal lembrou ainda outra informação, desmentida pela testemunha ao sair do depoimento no 9° Distrito Policial, de que houve um arrombamento em um sobrado em construção localizado em terreno vizinho ao do Edifício London.
O promotor e o advogado de defesa chegam a um consenso quando falam que é preciso aguardar o ritmo das investigações. "Há uma ansiedade natural da sociedade. Mas temos que ter critérios e aguardar com tranquilidade", disse Cembranelli. Para Levorin, a investigação não é uma corrida. "Não podemos fazer das circunstâncias que são anunciadas uma sentença definitiva", disse o advogado de defesa.

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