quinta-feira, 17 de abril de 2008

Tiro que atingiu menina de 11 anos foi disparado por policial

O resultado de perícia do caso da menina baleada em um tiroteio em Londrina, no Norte do Paraná, há um mês, foi divulgado nesta quarta-feira (16). De acordo com a análise, a bala que atingiu Daniela da Silva, de 11 anos, saiu da arma de um policial.
Para tentar descobrir de onde partiu o disparo, peritos criminais fizeram uma reconstituição do tiroteio. Os policiais estavam na parte alta do sítio, onde a família trabalha e mora, enquanto os bandidos agiam da parte baixa. “Os policiais não tinham visão da casa nem da vítima, embora ela estivesse na linha de tiro. Isso leva a crer que o projétil que atingiu a cabeça de Daniela partiu de um dos policiais”, afirmou Marco Otta, perito do Instituto de Criminalística, ao Paraná TV.
De acordo com a perícia, dois policiais militares trocaram tiros com os bandidos, mas não será possível determinar quem efetuou o disparo que atingiu Daniela, porque o projétil que atingiu a menina não foi encontrado.
A família tem uma ação na Justiça exigindo indenização da Polícia Militar, e deve manter o pedido. “Isso vai mudar toda a vida da gente”, disse Valdemir da Silva, pai de Daniela, ao telejornal Paraná TV. “Espero justiça”.
O caso
O incidente aconteceu na noite do dia 16 de março, no sítio onde a família da menina mora, no distrito rural de Warta, zona norte de Londrina. Daniela estava com a irmã mais velha, de 14 anos, e a caçula, de 1 ano, em frente de casa, quando foi alvejada na cabeça por um disparo. No momento, policiais da Ronda Tático Motorizada (Rotam) faziam buscas na região, depois de terem avistado um veículo suspeito, e foram surpreendidos por tiros, disparados por dois homens. O veículo, entretanto, pertencia a um tio de Daniela e nada teria a ver com os dois suspeitos.
A criança foi internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil (HI). No dia seguinte, Daniela foi submetida a uma cirurgia de craniotomia para retirada de fragmentos ósseos do local do ferimento. Dez dias depois, ela saiu do hospital sem seqüelas.
O tiro entrou pelo lado esquerdo da cabeça de Daniela e saiu pelo lado direito. Como a bala acertou o topo da cabeça, o cérebro não foi atingido. Já o osso do crânio ficou todo fragmentado. Nos próximos dias a menina deve passar por outras cirurgias para reconstituir os ossos do crânio.
Desde o acidente, Daniela não voltou a estudar e deve perder o ano letivo. Com ajuda do irmão, ela tenta não se afastar dos estudos, mas demonstra sentir falta da escola. “Tem hora que ela começa a ficar triste, a gente vai conversar com ela e ela diz que quer estudar, mas não tem jeito de ela ir”, disse a mãe, Maria das Graças Dias da Silva, ao Paraná TV. “É muito complicado. Agora ele (pai) tem que ir sozinho trabalhar, eu não estou podendo ir com ele por enquanto”, lamentou.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa sorte no rádio, na TV e na Inernet.