sexta-feira, 18 de abril de 2008

Paraná quer economia de R$100 mi com sistema livre de telefonia

O governo do Paraná, Estado no qual uma lei determina prioridade ao uso do software livre, já substituiu contratos que representavam entre R$ 450 e 500 milhões por ano no início da gestão de Roberto Requião (PMDB), em 2003. Agora, a administração estadual se prepara para substituir o sistema de telefonia tradicional, e espera uma economia de R$ 100 milhões ao ano. Segundo Requião, que participa do 9º Fórum Internacional de Software Livre, em cerca de 30 dias as operadoras Brasil Telecom, GVT e Embratel serão substituídas por um sistema que utiliza voz sobre IP e software livre através da infra-estrutura de infovias da Copel, empresa estadual de energia.
O novo sistema de telefonia foi desenvolvido pela empresa de tecnologia do Estado, a Celepar, que afirma que a rede terá sua velocidade aumentada em cinco vezes no novo modelo, ao passo que o custo de manutenção cairá na mesma proporção.
Segundo o governador, "a exclusão total dos sistemas proprietários ainda não é possível", mas o Estado do Paraná quer que os sistemas de código aberto estejam presentes em pelo menos 80% dos microcomputadores do governo. "O objetivo não é ter 100% em software livre, mas combater o monopólio", destacou.
Ele contou que, quando assumiu o governo, decidiu cancelar contratos que geravam despesas entre R$ 450 e 500 milhões por ano. "Diziam que o Estado ia parar", afirmou.
Todos os contratos foram substituídos, segundo ele, por desenvolvimentos internos do pessoal da Celepar com um time de cinco pessoas. A prova de que fez a coisa certa, de acordo com o governador, é que, além da economia, "não houve nenhuma interpelação judicial, ninguém reclamou".
A economia, desde 2003, é calculada entre R$ 180 e 200 milhões só em software, de acordo com estimativas de Requião. Ele também ressaltou que "todo o desenvolvimento feito até agora está à disposição do país" e pode ser transferido para qualquer entidade e administração pública.
Estados como Maranhão, Sergipe, Bahia e Pará, de acordo com Requião, utilizam hoje sistemas desenvolvidos pela Celepar baseados em software livre.

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