terça-feira, 15 de abril de 2008

Enviado da OEA alerta para risco de violência na Bolívia

Um enviado especial da Organização dos Estados Americanos advertiu na terça-feira que a crise política da Bolívia pode resultar em um confronto violento se não houver um diálogo imediato entre o governo e a oposição conservadora.
O ex-chanceler argentino Dante Caputo, subsecretário de Assuntos Políticos da OEA, fez essa declaração uma semana depois de a Igreja Católica, que se oferece como mediadora, afirmar que a polarização pode provocar "dor e morte".
No próximo dia 4, a oposição pretende organizar um referendo sobre a autonomia da relativamente próspera região de Santa Cruz (leste), em protesto contra a nova Constituição promovida pelo governo de Evo Morales. Outras três províncias governadas pela oposição também devem realizar referendos semelhantes.
"Sem ser alarmista [...], considero que a situação que a Bolívia vive é preocupante", disse Caputo em entrevista coletiva depois de ser recebido por Morales. Na véspera, ele estivera com os governadores oposicionistas.
"Se os diferentes atores que estão envolvidos nesta controvérsia não fizerem um grande esforço, corremos o risco de que a tensão mude de natureza, que já não seja controvérsia, seja enfrentamento", disse o enviado da OEA, em sua segunda visita à Bolívia em duas semanas.
Caputo acrescentou que a OEA poderia fazer nos próximos dias propostas concretas para uma resolução da crise. A União Européia e vários países manifestaram preocupação no último mês, e Brasil e Argentina, que dependem do gás boliviano, chegaram inclusive a enviar seus chanceleres para buscar uma aproximação entre o governo e a oposição.
Morales descartou convocar estado de sítio ou mobilizar as Forças Armadas para impedir os referendos autonomistas, que são proibidos. O presidente qualificou as votações como "simples pesquisas milionárias de opinião", sem validade jurídica.

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