O número de pobres na América Latina e no Caribe diminuiu de 194 para 190 milhões de pessoas em 2007, informou hoje o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em seu relatório anual divulgado em sua 49ª Assembléia Anual. A taxa de pobreza caiu dos 36,5% de 2006 para 35,1% do ano passado.
Em relação ao número de pessoas em situação de extrema pobreza ou de indigência diminuiu de 71 milhões para 69 milhões e a taxa caiu de 13,4% para 12,7%. "Estas são as taxas mais baixas que foram registradas desde os anos 80 e o menor número de pobres nos últimos 17 anos", declarou a entidade.
A diminuição da extrema pobreza desde 1990 implica, segundo o BID, um avanço de 87% para a obtenção do primeiro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio na região, que consiste em reduzir pela metade, para 2015, a extrema pobreza que existia em 1990. No relatório, citando a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), se afirma que o nível atual da extrema pobreza parece indicar "avanços notáveis" em muitos países.
Os cálculos correspondentes a Brasil, Chile, Equador (zonas urbanas) e México indicam que estes países já alcançaram a meta desejável. Colômbia, El Salvador, Panamá, Peru e Venezuela estão avançando a um ritmo próximo ou superior ao necessário para consegui-lo.
Embora em todos os países tenha acontecido uma redução da taxa de extrema pobreza - disse o BID -, Argentina, Bolívia, Honduras, Nicarágua, Paraguai e Uruguai "estão na retaguarda".
Apesar da diminuição da pobreza e do desemprego, que desceu na média 8% em 2007, o BID disse que subsistem grandes desafios para a política trabalhista e social. O progresso nestes campos dependerá muito mais das reformas estruturais e políticas setoriais que da política ou das variáveis macroeconômicas, acrescentou.
Uma tarefa que a maior parte dos países latino-americanos tem pendente é a reforma dos sistemas de seguridade social e as leis trabalhistas para aumentar a proteção dos trabalhadores e fomentar o emprego formal. O Chile é uma "importante exceção": iniciou uma reforma do sistema de previdência para ampliar a cobertura e oferecer mais opções aos diferentes grupos de trabalhadores.
Outro desafio consiste em centrar a despesa social nos mais necessitados para melhorar seu impacto distributivo. Os programas de transferências monetárias condicionais representam uma "melhora notável" neste campo, informou o BID.
No entanto, o gasto público em saúde e seguridade social na maior parte dos países segue beneficiando mais os segmentos de maiores renda da população. Além de reorientar os benefícios aos pobres é "crucial que os governos se concentrem em programas que tenham as maiores probabilidades de resolver os problemas sociais mais prementes".
O BID informou que apoiou há pouco uma iniciativa que se propõe assinalar os programas públicos mais eficazes para reduzir a pobreza. No entanto, para solucionar os problemas de exclusão econômica e social na região se necessita muito mais que reoriente a despesa e aumentar sua eficácia, declarou.
"A exclusão tem causas muito profundas, diversas e em transformação que não se podem abordar simplesmente com programas de gastos públicos", declarou a entidade.
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