Cientistas argentinos conseguiram manipular a proteína que interfere na memória para eliminar as lembranças quando são evocadas, uma descoberta útil para tratar de fobias e o estresse pós-traumático, publica hoje a imprensa local.
Por meio de testes com ratos, os especialistas em farmacologia e bioquímica da Universidade de Buenos Aires demonstraram que a capacidade de lembrar pode ser alterada caso sejam injetadas substâncias que anulam a proteína da memória, diz o relatório do jornal argentino La Nación.
"Abre-se um caminho pelo qual seria possível interferir na memória já formada" nos seres humanos, disse ao jornal o doutor Arturo Romano, um dos membros do grupo de cientistas.
"Poderia ser aplicável a casos de fobias ou a pessoas que sofrem de estresse pós-traumático", afirmou. Disse que também seria possível tratar todos aqueles transtornos nos quais uma lembrança patológica altera a vida de uma pessoa.
Entretanto, Romano esclareceu que ainda falta muito para poder comprovar se a experiência poderia ser reproduzida em humanos, pois a equipe de cientistas trabalha apenas com ratos por enquanto.
Neles foi encontrada a proteína denominada NF-kB, que atua tanto no processo de consolidação como no de confirmação da memória e regula a expressão de genes necessária para armazenar lembranças a longo prazo.
"Caso seja injetado no cérebro um inibidor deste mecanismo quando a lembrança for evocada, a retenção é afetada", declarou Romano. De qualquer forma esclareceu que "trazer ao presente algo do passado é um processo ativo. Cada vez que é evocada, a memória pode ser modificada".
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