A América Latina e Caribe crescerão entre 4 e 4,5% em 2008, um índice inferior ao de 2007 devido sobretudo a uma desaceleração do crescimento nos Estados Unidos, mas também a uma queda dos preços das exportações da região, afirmou hoje o Banco Interamericado de Desenvolvimento (BID) ao divulgar em seu relatório anual.
"Embora as perspectivas para a região em 2008 sejam favoráveis, apesar da instabilidade que poderá continuar afetando os mercados financeiros internacionais, o aumento do produto interno bruto regional será inferior ao de 2007, quando a economia latino-americana em seu conjunto se expandiu 5,6%", ressaltou o BID.
"A taxa será inferior à de 2007 devido à desaceleração do crescimento nos Estados Unidos, à possível estabilização dos preços dos produtos básicos exportados pela América Latina e ao surgimento de limitações da oferta em alguns setores e países", explicou a instituição, que realizará nesta semana sua reunião anual em Miami.
O banco também advertiu que "a inflação tenderá a aumentar em vários países e que os superávits em conta corrente com o restante do mundo diminuirão". O BID alerta que "os coeficientes de endividamento público" (a relação entre a dívida pública e o PIB) poderão aumentar".
Segundo o BID, embora "os riscos continuem sendo moderados para a região como um todo e para quase todos os países", a situação poderá mudar, principalmente se houver uma recessão nos Estados Unidos, algo que, de acordo com a instituição financeira, "não se pode descartar", e que provocaria uma queda de dois pontos percentuais no PIB regional.
O BID explica que o principal risco enfrentado pela América Latina e pelo Caribe está relacionado aos mercados financeiros internacionais, afetados pela crise hipotecária nos Estados Unidos. "Ainda não se pode prever o desenlace completo da crise hipotecária e financeira dos Estados Unidos, nem os efeitos que poderia ter sobre os mercados de dívida e os fluxos de capitais dos países latino-americanos", alerta o BID.
Para manter um crescimento econômico vigoroso neste contexto, o BID ressalta que "é indispensável" para a região "melhorar a competitividade". "Mesmo que alguns países ofereçam condições interessantes para as atividades produtivas e para os investimentos privados, a região como um todo avançou pouco no que se refere à competitividade", acrescenta.
O BID também lançou uma advertência para os níveis de inflação em algumas nações. "O aumento dos custos dos alimentos e da energia em vários países começava a se refletir em uma inflação maior, no momento em que as tendências para uma valorização da moeda havia se estabilizado e os trabalhadores desocupados já eram poucos", ressaltou.
O BID realiza em Miami sua assembléia anual até 8 de abril.
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