O juiz Fábio Uchôa Rodrigues, da 1ª Vara Criminal, decretou no início da noite desta terça-feira (29) a prisão temporária dos três policiais militares suspeitos de envolvimento na morte de um estudante na Freguesia, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. O jovem foi morto na madrugada de segunda-feira (28) com um tiro no rosto ao tentar fugir, em sua moto, de uma ronda policial.Amigos que voltavam com Thiago Henry de Siqueira Oazen de um baile funk garantem que ele estava desarmado, e acusam os agentes do Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais (Gpae) de terem tentado forjar resistência. Para eles, o rapaz fugiu porque estava sem a carteira de habilitação.
A Polícia Militar afirmou que desde segunda-feira (28) está investigando o caso. As armas dos soldados foram apreendidas e vão passar por uma perícia.
De acordo com o delegado da 41ª DP (Tanque), Franco Albano, o caso foi registrado, a princípio, como auto de resistência, o que significa que Thiago teria entrado em confronto com a polícia.
PMs alegam que Thiago disparou dois tiros
Os policiais afirmam terem abordado os jovens, mas dizem que Thiago, que estava sozinho em uma das motocicletas, tentou fugir. Deixando os demais jovens, os PMs contaram que partiram atrás de Thiago, que teria, então, efetuado dois tiros em direção ao carro policial. Os PMs, neste momento, reagiram.Os policiais dizem que, depois que o jovem caiu, o levaram para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Com ele, afirmam terem encontrado um revólver calibre 38. O delegado já ouviu os amigos do rapaz e um frentista de um posto próximo ao local do crime.Os jovens confirmam a versão dos PMs de que Thiago fugiu e dizem que, depois de iniciada a perseguição, seguiram em suas motos pela Estrada de Jacarepaguá, onde encontraram apenas a motocicleta do amigo.
Rapaz teria sido colocado no porta-malas de carro da PM
Em função do depoimento do funcionário do posto, o delegado não descarta a possilidade de os PMs terem tentado encobrir uma execução, seguindo procedimento padrão de levar suspeito a hospital. O frentista do posto não conseguiu dizer quantos disparos foram efetuados, mas afirmou ter visto os PMs colocando Thiago, já desfalecido, no porta-malas do carro da polícia.
Enterro
Thiago foi enterrado na manhã desta terça-feira (29) no cemitério de Irajá, no subúrbio da cidade. Após a cerimônia, o pai, Sérgio Coazen, mostrou indignação. "Foi morto fuzilado como um bandido qualquer sem documento, sem nada. Acho que nem bandido merece isso, pelo menos tem de falar o nome e mostrar o documento. Acabaram com uma família inteira", disse ele, sobre a morte de seu único filho.
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