Um casal e um ex-oficial do Exército argentino foram condenados na sexta-feira pela adoção ilegal da filha de uma presa política durante a última ditadura militar no país (1976-83).
Numa histórica sentença, a Justiça Criminal Federal condenou Osvaldo Rivas a oito anos de prisão, sua mulher, Maria Cristina Gómez, a sete anos, e o capitão reformado do Exército Enrique Berthier a dez anos.
Eles foram acusados de sequestrar e esconder María Eugenia Sampallo e de falsificar a certidão de nascimento dela. Berthier foi acusado de entregar a menina, que havia nascido em uma prisão política.
Sampallo é a primeira dos "filhos dos desaparecidos" argentinos a ir à Justiça contra seus pais adotivos.
Exames de DNA em 2001 provaram que Sampallo não era filha de Rivas e Gómez, e sim de um casal preso durante a ditadura e supostamente morto pelas autoridades. A mãe de Sampallo foi capturada em 1977, quando estava grávida de seis meses.
Entidades de direitos humanos estimam que 400 recém-nascidos foram roubados de centros clandestinos de tortura durante a chamada "guerra suja" e adotados por famílias de militares e seus amigos.
Grupos como as Avós da Praça de Maio já ajudaram quase 90 pessoas a descobrir suas origens.
Uma comissão independente informou que 11 mil pessoas foram mortas por causa da repressão a dissidentes e esquerdistas durante a ditadura. Entidades de direitos humanos estimam que tenha havido 30.000 mortos.
Sob os governos de Néstor e Cristina Kirchner, a Justiça anulou leis de anistia e reabriu investigações e processos.
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