quinta-feira, 8 de maio de 2008

Mãe reencontra filha mantida em cárcere privado por 18 anos

Um dia após a divulgação do crime denunciado pela polícia, a casa do sítio, na área rural de Pedranópolis, a 563 km de São Paulo, está vazia. O local foi o cenário de horror para uma mulher de 36 anos e as duas filhas. Durante 18 anos, a mulher foi obrigada a ficar dentro da propriedade sem ter qualquer contato com parentes e amigos. Segundo a polícia, o companheiro dela, de 50 anos, ameaçava matar a vítima e as filhas se elas desobedecessem as ordens dele.
A mãe da mulher, que prefere não se identificar, sabia do comportamento do suspeito, mas tinha medo de se aproximar. “Sabia dos maus-tratos dele. Sabia que ele fazia agressão com as filhas, com ela. E eu não podia fazer nada porque ele não queria que eu fosse na casa dele e nenhum dos meus filhos. A mãe ficou 18 anos sem conversar com a vítima. Ela também nunca pode falar com as netas. O agricultor de 50 anos foi preso em flagrante. Na casa da família, a polícia encontrou revólveres, uma espingarda calibre 28 e munição. O suspeito não tem antecedentes criminais e vai ficar preso até o fim das investigações.
A delegada responsável pelo caso, Maristela Marques Lima Dias, começou a ouvir as testemunhas. Ela tem 30 dias para concluir o inquérito. “Ele justificou que era tudo feito em prol dos filhos. Que todas as atitudes dele seriam em benefício das filhas“, disse.
A descoberta do caso chocou os moradores da pequena Pedranópolis, que tem 2.700 habitantes. Com a prisão do suspeito, a mãe e a vítima puderam voltar a ficar juntas. Segundo a família, a mulher vai precisar de ajuda psicológica para voltar a viver da forma como sempre deveria ter sido: livre. As filhas do casal também tentam levar a vida de forma normal, apesar do ocorrido. A mais velha foi à escola nesta quinta-feira. A mais nova precisou ir ao médico para tratar de uma infecção na bexiga.

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