quarta-feira, 28 de maio de 2008

Réptil voador gigante era 'supercegonha' que andava no chão, sugere pesquisa

Talvez seja um destino inglório para os maiores animais alados da história da Terra: em vez de caçar em pleno vôo ou dilacerar grandes presas com suas mandíbulas, eles passariam a maior parte do tempo em terra firme mesmo, capturando pequenos vertebrados e até invertebrados. No entanto, para uma dupla de paleontólogos britânicos, assim viviam os grandes pterossauros, répteis de asas que dominaram os céus do planeta durante a Era dos Dinossauros. Eles não passariam .O grande problema, aponta a dupla de pesquisadores, é que por enquanto não há acordo sobre o estilo de vida e de vôo desses bichões. Além da grande envergadura das asas (menor, no entanto, do que se esperaria para animais tão grandes), as únicas certezas são que estamos falando de bichos de pescoço alongado e "bico" igualmente comprido e sem dentes, tal como o das aves -- com as quais, aliás, eles não têm relação evolutiva direta. Fora desses pequenos pontos comuns, há um certo vale-tudo. A tese mais popular atualmente argumenta que os azdarchídeos, tal como um pequeno grupo de aves marinhas modernas, teriam sido pescadores "de boca aberta". Explica-se: essas aves possuem bicos especializados, que são abertos na superfície da água para capturar pequenos peixes enquanto elas continuam voando. O bico funciona como a quilha de um navio, rasgando a água enquanto a ave bate as asas.O método funciona, sem dúvida, mas exige uma série impressionante de adaptações anatômicas -- no bico e nas asas -- que, segundo Witton e Naish, estão ausentes nos superpterossauros. Entre outras limitações, as vértebras do pescoço dos bichos são pouco flexíveis e relativamente frágeis para fazer esse serviço. Além disso, os fósseis dos azdarchídeos vêm de regiões continentais, muito distantes do mar, para que eles levassem uma vida predominantemente pescadora. Com o pescoço "duro", os bichos teriam de inclinar o corpo todo para capturar presas no chão. E, por causa da mandíbula relativamente fraca, essas presas teriam de ser mais ou menos pequenas -- nada muito maior que um filhote de dinossauro no primeiro mês de vida, digamos. Completando o quadro, os paleontólogos britânicos apostam que os membros do grupo dificilmente conseguiriam se manter no ar simplesmente batendo suas asas, dado seu enorme tamanho e peso. Em vez disso, precisariam de correntes de ar quente -- as chamadas termais -- para planar lenta e seguramente muito acima do solo, de forma não muito diferente do que fazem os condores atuais.

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