quarta-feira, 7 de maio de 2008

Maringá perde delegacia de combate ao tráfico de drogas

“Temos claro que o narcotráfico é a fonte de geração de toda a violência que temos percebido. E a única estrutura de combate organizada na região, ao invés de ser incrementada e receber investimentos, foi desmontada. Isto leva a crer que a Secretaria (de Segurança Pública do Estado) ou é conivente ou não tem noção do que é fazer a Segurança Pública”, criticou o presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Maringá, Everaldo Moreno.
Na visão do Conselho, a Divisão de Narcóticos (Dinarc) da 9ª Subdivisão Policial de Maringá foi totalmente desmanchada. O Governo do Estado evita falar em extinção da Dinarc, mas sim em um trabalho de reestruturação da ação policial em que a expectativa de conclusão é de 30 dias.
De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, o trabalho da Dinarc foi unificado ao do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce).
“Eles estão trabalhando unificados neste momento”, afirmou o secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernanddo Delazari.
Para o presidente do Conselho de Segurança de Maringá, a fusão pode ter ocorrido em Curitiba, mas em Maringá, a Dinarc foi realmente extinta.
“Levaram o delegado embora, devolveram cada um dos agentes para os locais de origem e encerraram todas as investigações em andamento. Aqui em Maringá, a divisão foi extinta. Acabou a Dinarc, não tem mais.”
O delegado Sérgio Sirino, que coordena o Nurce no Paraná , disse que a reestruturação da Dinarc acontece em nível operacional e administrativo e minimizou o fato de, nas últimas duas semanas, não ter sido registrada apreensão alguma de drogas em Maringá.
“As operações do Nurce são pontuais e de inteligência, pequenas apreensões não interessam”, comentou Sirino.
“Além disso, a responsabilidade sobre o combate à droga não é somente da Dinarc. Essa é a repaginação que estamos fazendo”, afirmou.
O coordenador do Nurce lembrou que o delegado Adão Vagner Loureiro Rodrigues, que assumiu a Dinarc em Maringá - e já era responsável pelo Nurce na região -, deve implementar uma nova filosofia de trabalho na divisão especializada no combate ao tráfico de drogas na região.
“Vamos oxigenar a Dinarc, adotar um perfil de administração e mudar equipes”, enumerou.
“Isso tem um custo administrativo, mas não significa que as operações não estejam sendo planejadas e executadas.”
O delegado-chefe da 9ª Subdivisão Policial de Maringá, Antônio Brandão Neto, preferiu não comentar as mudanças feitas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública. “Foi uma determinação do comando. Se eles entendem assim, vamos aceitar a ordem”, resumiu.
O presidente da Subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Maringá, César Augusto Moreno, afirmou que a entidade vai encaminhar um ofício à Secretaria de Estado da Segurança Pública para questionar as mudanças.
“Vamos reivindicar a reativação deste trabalho especializado da Polícia Civil, que realizou muitas ações positivas no período em que atuou na cidade.”
O Conselho de Segurança também prepara um manifesto, em parceria com outras entidades para encaminhar ao Governo. “Vamos questionar porque estão desmontando a estrutura de Maringá ao invés de investir”.

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