sábado, 3 de maio de 2008

Justiça proíbe Marcha da Maconha em 9 capitais brasileiras

A Marcha da Maconha está proibida em nove das dez cidades brasileiras que fariam parte do circuito de manifestações que acontecem em outros 19 países. A Justiça proibiu a manifestação, marcada para este domingo (4), em Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), João Pessoa (PA), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
A Marcha deve acontecer apenas em Recife (PE). Segundo o site Marcha da Maconha Brasil 2008, a manifestação vai ocorrer em praça pública às 14h.
Um dos organizadores entrevistado pelo G1, Marco Sayão Magri, diz que está surpreso, mas que esperava por isso. "Eles sempre deixam para a última hora para a gente não conseguir fazer a marcha. Se a Justiça cancelar mesmo, vamos ter um grande problema porque muita gente vai aparecer já que não tivemos tempo de avisar", contou.
Em nota oficial, o Ministério Público do Rio de Janeiro argumentou que a “situação apresentada como manifestação política pacífica camufla ação para difusão do consumo de drogas, o que caracteriza crime”.
Em entrevista ao jornalista Milton Jung, da Rádio CBN, na quarta-feira, o promotor Marcelo Barone afirmou entender a manifestação como incentivo ao uso da droga. “Se eu incentivar alguém ao uso da droga, eu estou praticando uma conduta que é tão criminosa quanto o tráfico de drogas. Incentivar o uso de maconha caracteriza crime previsto na Lei de Entorpecentes.” Marcelo Luiz Barone, que também se disse contrário à legalização da maconha, disse que essa discussão deve ser travada no Congresso Nacional, e não em via pública. Para ele, o uso de maconha gera criminalidade. Já o sociólogo Renato Cinco, de 33 anos, coordenador do Movimento Nacional pela Legalização das Drogas e um dos organizadores da marcha, nega que o propósito da marcha seja fazer apologia à maconha. “O objetivo é debater a necessidade de uma nova legislação sobre a maconha e novas políticas públicas, além de discutir o uso industrial e medicinal da planta. A proibição traz mais prejuízos, porque produz a violência e corrupção das autoridades”, defendeu o sociólogo. Ele diz, citando pesquisadores, que a planta poderia ser um eficiente biodiesel ou ainda substituir a borracha em sapatos, por exemplo. O coletivo Marcha da Maconha foi criado em 1999 em Nova York e planeja para este final de semana passeatas simultâneas em diversos países. No Brasil, o ato acontece desde 2002 nas praias do Rio de Janeiro. No ano passado, os organizadores estimaram a participação de 700 pessoas e a Polícia Militar, de 250. De acordo com Renato Cinco, a passeata foi impedida de seguir pelas ruas de São Paulo nos anos de 2004 e 2005, porque, segundo ele, a Polícia Militar não foi comunicada do evento previamente.

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