quarta-feira, 14 de maio de 2008

Instalações nucleares chinesas estão presentes na região do terremoto

Ainda não se sabe se foram danificadas as instalações nucleares de produção de combustível e reatores experimentais que ficam na província chinesa de Sichuan, abalada pelo violento terremoto de segunda-feira, denunciaram hoje técnicos do Instituto francês de Radioproteção e de Segurança Nuclear (IRSN).A cerca de 250 km do epicentro, "a usina de Yibin produz combustíveis a base de urânio para os reatores de produção de eletricidade do litoral e de pesquisa", explicou Thierry Charles, diretor da segurança das usinas no IRSN.As centrais nucleares chinesas produtoras de eletricidade estão concentradas em três localidades da costa leste a, pelo menos, 1.400 km do epicentro do terremoto: Daya Bay-Ling''ao, perto de Hong Kong; Qinshan, perto de Xangai; e Tianwam, na província de Jiangsu (leste).
As autoridades chinesas anunciaram, no entanto, logo após o terremoto, um controle das instalações sensíveis, inclusive nucleares e químicas.
Sichuan é considerada base importante para a produção de armamentos na China desde a guerra da Coréia (1950-53), quando Mao Tsé-tung temia um ataque americano no litoral. A província também abriga a base de lançamento de mísseis de Xichang, uma das três maiores do país.
Em Guangyuan, uma cidade a cerca de 150 km do epicentro, há um "reator que produz plutônio em seus elementos combustíveis e uma usina que permite separar o plutônio", informou Thierry Charles, acrescentando: "não temos qualquer informação sobre o estado desta instalação".
O mesmo acontece em Mianyang, uma cidade de 600.000 habitantes onde quase 20.000 pessoas estão soterradas sob os escombros.
A cidade é a sede da Academia chinesa de engenharia física, fundada em 1958 e que abriga "quatro laboratórios muito importantes para a defesa nacional", segundo o site da instituição.
Além disso, a localidade de Heiping, mais longe do epicentro do terremoto, "serviu, ou talvez ainda sirva, para produzir urânio altamente enriquecido", segundo Thierry Charles.
Estas instalações, sobre as quais a China ainda não forneceu qualquer informação depois do terremoto, "datam dos anos 70", frisou o especialista do IRSN. "Pode haver rejeições de materiais radioativos, ou de urânio altamente enriquecido, ou de plutônio, se o terremoto tiver afetado a usina de Guangyuan", alertou Thierry Charles.

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