quinta-feira, 17 de julho de 2008

Teste aponta diferença entre bafômetros oficiais e de bares

Por causa da lei seca, muitos bares estão oferecendo bafômetros para que os clientes possam verificar se estão em condições de dirigir na hora de ir para casa. A lei é clara: bebeu não pode dirigir. Mas e quem tomou um chopp no começo da noite, esperou algumas horas e quer saber se já eliminou o álcool do sangue? Especialistas dizem que, em média, depois de uma hora os efeitos da bebida não são sentidos. “A quantidade de álcool que o organismo é capaz de metabolizar, em média, é uma dose de álcool por hora. Mas há pessoas que levam mais tempo, outras que levam menos tempo. O mais seguro para quem pensa em pegar um carro é não beber”, explica o psiquiatra especialista em dependências químicas Sérgio Nicastri. Para tirar a dúvida, a clientela de alguns bares já se habituou a pedir a conta e o bafômetro. “Se eles estiverem bem, vão embora. Senão, eles esperam um pouco mais, tomam uma água ou uma sopa”, diz o gerente de bar Washington Barreto Gomes.
Resultados diferentes
O problema é que os bafômetros comprados pelos bares não precisam ser certificados pelo Ipem. Isso significa que os parâmetros para medir a quantidade de álcool no organismo nem sempre são os mesmos dos aparelhos usados pela polícia, o pode levar a resultados diferentes. Durante o teste, o contador Michel Auhi bebeu dois chopps e se sentiu um pouco “alto”. O bafômetro do bar confirmou: ele tinha 0,18 miligrama de álcool no sangue. O teste com o aparelho certificado apontou uma quantidade um pouco menor, mas também acima do permitido pela lei. “Eu gostei mais do segundo. Estou um pouquinho menos bêbado”, disse, entre risadas, o contador. Os testes feitos pela advogada Mariana Moretti também apresentaram diferença. Mas, de qualquer maneira, ela não poderia dirigir. “Estou fora dos padrões normais para dirigir, segundo a lei”, admitiu Mariana. O responsável pelo departamento de etilometria do Ipem, Alexandre Sobral, explica que os aparelhos usados pela fiscalização passam por uma verificação anual. A manutenção é necessária porque o próprio uso do bafômetro pode desajustá-lo. “Com o tempo, como qualquer instrumento de medição, ele pode sofrer alguns desajuste e, com isso, dar indicações com algum tipo de erro”, disse Sobral. Sem esses cuidados, portanto, os bafômetros dos bares servem apenas como um alerta.

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