quinta-feira, 10 de julho de 2008

Taxa de mortalidade na Santa Casa é cinco vezes maior que a aceitável

A Sociedade Brasileira de Pediatria analisou o número das mortes de bebês na Santa Casa de Belém, nesta quarta-feira (9). A taxa de mortalidade na UTI do hospital é cinco vezes maior que a aceitável. A Advocacia Geral da União abriu um procedimento administrativo para apurar se os recursos enviados pelo Governo Federal para a Santa Casa estão sendo aplicados corretamente.O novo presidente do hospital, Maurício Bezerra, reconheceu a necessidade de contratar mais profissionais e reclamou da suposta falta de médicos especializados. “Se você conseguir 30 neonatologistas com título de especialista, por favor, traga eles aqui que estão todos contratados”, disse Maurício Bezerra, presidente da Santa Casa. Para o Conselho Regional de Medicina, são outras as causas do problema. “Pela falta de estruturação, pela falta de equipamentos e pela péssima remuneração paga pelo estado”, afirmou José Antonio da Silva, presidente do Conselho. Já o sindicato dos médicos afirma que são necessários mais investimentos. “Você imagina uma cidade como Belém, que tem um milhão e meio de habitantes e não tem um pronto-socorro pediátrico, uma maternidade própria”, reclamou Luís Sena, diretor do Sindicato dos Médicos. Segundo a Santa Casa, as mortes de bebês no hospital começaram a aumentar a partir de maio, mas só no mês passado o caso se tornou público com a morte de 12 recém-nascidos em um fim de semana. De maio até agora, 113 bebês morreram no hospital. Para a Sociedade Brasileira de Pediatria, a taxa de mortalidade tolerada em uma UTI Neonatal é de até 10% por cento. Na Santa Casa, no mês passado, a taxa foi bem maior: 56 %.

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