domingo, 6 de julho de 2008

O ataque dos mosquitos do Ártico

Como não anoitece, os mosquitos estão 100% do tempo com a gente. E é 100% do tempo mesmo, porque não esqueçam, estamos em um acampamento. Redes nas portas dos laboratórios e das barracas tentam segurar a entrada dos bichos. Elas e os repelentes são nossa única defesa.Apenas repelentes a base de “deet” (a dietiltoluamida) servem. Parece propaganda, mas é efeito prático. Velas aromáticas só servem para aumentar o risco de incêndio. Segredos da vovó, como amarrar um saco plástico cheio de água na porta? Não fazem nem cosquinha. Nem a chuva, nem a neve afastam os mosquitos. Tivemos a ‘feliz’ oportunidade de tomar a chuva gelada do Alasca em diversas oportunidades e em todas elas os mosquitos estiveram ali, a postos, ao nosso lado.Só o repelente parece ter algum efeito – e, honestamente, nem é um efeito tão grande assim. É fácil identificar os novos moradores de Toolik Lake e quem já está aqui faz tempo. Os novatos, como nós, estão o tempo inteiro balançando os braços, com redes na cabeça (alguns, como redes que cobrem o corpo todo, um macacão feito de rede anti-mosquito) e passando repelente de dez em dez minutos. Os mais experientes já se acostumaram e mal reparam na existência deles. São capazes de dar aulas inteiras com insetos no rosto. Seu único movimento anti-mosquito é, de vez em quando, tirar um mais atrevido que entra no nariz, na orelha ou na boca.
(matéria do G1 ,Globo)

Nenhum comentário: