terça-feira, 6 de maio de 2008

Palmeiras ganha e é campeão pela 22ª vez


O Palmeiras deixou uma geração sem saber o que é comemorar um título paulista, mas, depois de 11 anos, 11 meses e dois dias voltou a mandar no futebol de São Paulo. Numa das decisões mais tranqüilas dos últimos tempos, o Verdão, que já tinha vencido a Ponte Preta por 1 a 0 no primeiro jogo, em Campinas, no final de semana passado, ganhou também no Palestra Itália. Neste domingo, com 5 a 0, os palmeirenses conquistaram o 22º título estadual da sua história.
O Verdão, por ter melhor campanha nas duas fases anteriores – a de classificação e a semifinal – entrou na final já com a vantagem. Se quisesse, poderia até mesmo empatar as duas partidas com a Ponte que levaria a taça. Mas o melhor ataque da competição queria mais. Depois da vitória em Campinas, até uma derrota por um gol de diferença deixaria o título no Palestra. Mas ser campeão perdendo o jogo não tem a mesma graça...Por isso, o Verdão foi para cima com fome de quem precisava vencer para ser campeão. De nada adiantou o jogo de cena do técnico pontepretano, Sérgio Guedes, que passou a semana dizendo que o zagueiro César e o volante Elias não iriam para o jogo. Para surpresa geral, minutos antes do começo do jogo, lá estavam César, com o joelho machucado, e Elias, com uma costela fraturada, na escalação. Mais atrapalharam que ajudaram.
A Ponte até começou melhor, pela necessidade da ocasião, e arriscou primeiro. O meia Renato, principal jogador da Macaca e que voltava a time após cumprir suspensão no jogo de Campinas, teve algumas chances de falta, sua especialidade, mas não soube aproveitar. Luis Ricardo teve ótima oportunidade, , mas Marcos pegou. Se marcasse o gol, a Ponte poderia mudar a história do jogo. Poderia...
Três minutos depois, numa lambança coletiva, o Verdão abriu o placar. Leandro cobrou falta da esquerda, a bola resvalou na cabeça de um zagueiro da Ponte e o volante Ricardo Conceição tratou de completar contra o próprio gol. Se as coisas já estavam tranqüilas para o Palmeiras, a ajudinha do rival foi muito bem-vinda. A Ponte, que, a essa altura, teria de fazer três gols, foi para cima e aí se abriu completamente. Era tudo que o técnico palmeirense. Vanderlei Luxemburgo, queria. Aos 33, Élder Granja avançou livre para direita, cruzou e Alex Mineiro cabeceou para marcar o seu 13º gol no Paulistão e se igualar ao santista Kléber Pereira na artilharia. O gol valeu um prêmio de R$ 150 que a Federação Paulista de Futebol entregará ao atacante; ele promete repartir com o elenco. Exatamente aos 34 minutos do segundo tempo, o torcedor do Verdão, enfim, soltou o grito que já ensaiava desde o domingo passado: “É-C-A-M-P-E-Ã-O!!!”.
Mas ainda tinha o segundo tempo. E foram 45 minutos de pura festa. A Ponte Preta até voltou do intervalo com o discurso de “ainda dá”. Mas não dava não. E Luxemburgo queria mais, tanto que ainda mandou mais dois atacantes para campo: Denílson e Lenny.
Para coroar o brilhante campeonato de Valdivia, o melhor jogador do Paulistão, faltava o gol dele. Aos 27 minutos do segundo tempo, o Mago fez de fora da área. Um gol para a torcida e para os pais que vieram do Chile só para ver a sua consagração. E, agora, faltava o quê? Ah, Alex Mineiro ser o artilheiro isolado. Mas ele tratou de cuidar disso. Aos 30 (com Martinez impedido no lance) e aos 33, o camisa nove marcou mais dois e chegou a 15 gols para se transformar no maior goleador do estadual, ultrapassando o santista Kléber Pereira. Pelo feito, ele receberá um prêmio de R$ 300 mil, que prometeu dividir com os companheiros.


"É um dos dias mais felizes da minha vida"

Valdivia, meia do Palmeiras

Os dois atos finais antes da entrega da taça foram de Vanderlei Luxemburgo. Com reconhecimento a Diego Cavalieri, que começou o ano como titular e deu lugar a Marcos quando este se recuperou de lesão, Luxa substituiu os goleiros. E, como faz sempre, faltando cinco minutos ele deixou o campo dizendo que a festa era só dos atletas e não dele. Mas é (e muito!) dele. Assim como em 1996, o treinador tirou o Palmeiras de um longo jejum. A conquista de 2008 é a terceira seguida em sua carreira e a oitava no geral. Ao lado de Lula, Luxemburgo, se torna o maior vencedor de Campeonatos Paulistas. As expulsões de Deda e Diego Souza praticamente passaram despercebidas...

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