quinta-feira, 22 de maio de 2008

Câmara custa mais que uma casa popular ao dia

O maringaense paga caro para manter o funcionamento da Câmara Municipal. No ano passado, o Poder Legislativo gastou, de acordo com o balanço das despesas de janeiro a dezembro de 2007, R$ 10.287.685,66.Esse montante de recursos representa um custo para o contribuinte de R$ 28.185,44, ao dia. Se o valor fosse aplicado em moradias, daria para construir mais de uma casa popular a cada 24 horas.Com base nos gastos de R$ 826 mil apresentados pela Prefeitura de Maringá para a construção de 40 casas no Conjunto Residencial Cidade Nova, cada residência custa cerca de R$ 26 mil. Se dividido pelo custo total do Poder Legislativo, seria possível construir 395 casas populares.Para cada um dos 325.968 habitantes da cidade, conforme estimativa do IBGE para 2007, a manutenção da Câmara custa R$ 31,56 ao ano. É como se todo mês cada morador de Maringá tivesse que deixar de comer um cachorro-quente simples.
Em valores, os vereadores provocam um custo de R$ 2,63, ao mês, para cada habitante da cidade.O número exato de comissionados nunca foi divulgado pela Presidência da Câmara, mas estima-se que, entre assessores parlamentares que trabalham diretamente com os vereadores e comissionados distribuídos nas mais diversas funções, ultrapassem facilmente duas centenas.
Para o presidente da Sociedade Eticamente Responsável (Ser), Ricardo Bruno, os cargos em comissão “são um câncer na administração pública e que politicamente ninguém teve coragem de exterminar”.“Temos que analisar qual a vantagem que este custo no ano de 2007 trouxe para a população. O município tem problemas muito maiores que necessitam de recursos”, avaliou o presidente da SER.O presidente da Câmara Municipal de Maringá, John Alves Correa (PMDB), que é o ordenador das despesas do Poder Legislativo, e que responde pelos gastos, não foi localizado nesta quarta-feira e também não retornou aos recados da reportagem para explicar os gastos da Câmara no ano de 2007.

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