Uma jovem de 22 anos tomou um anticoncepcional injetável na semana passada na Unidade Básica de Saúde São Miguel, em Marília, interior de São Paulo, e está há sete dias sem andar. Segundo análises médicas do Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas, suas pernas foram paralisadas porque a aplicação atingiu o nervo ciático. Ela e o marido fizeram boletim de ocorrência. O secretário municipal de Saúde, Júlio Zorzetto, por enquanto, não se manifestou sobre o caso. A dona-de-casa Tatiana Negreiros da Cruz tem três filhos e, enquanto amamentava o caçula, tomava uma injeção de anticoncepcional de uso trimestral, especial para a fase da amamentação, na Unidade Básica de Saúde (UBS) de São Miguel. Em maio, o ginecologista do posto receitou um outro injetável, com o mesmo objetivo, para ser aplicado mensalmente. "Sempre doía, mas desta última vez uma profissional que eu nunca havia visto na unidade foi quem aplicou. Doeu mais que o normal. Mais tarde senti muita dor de cabeça e no local da aplicação. À noite tomei um relaxante muscular e fui deitar. Acordei no dia seguinte sem sentir as pernas", contou a dona-de-casa.A injeção foi aplicada na segunda-feira da semana passada e desde terça Tatiana da Cruz não consegue andar. O marido, Samuel Joaquim da Cruz, porteiro, a levou ao Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas, onde passou por vários exames e atendimento de neurologista e ortopedista. "Os médicos chegaram à conclusão de que a aplicação do anticoncepcional injetável foi feita de forma errada, atingindo o nervo ciático do lado direito", relatou o marido da paciente. A dona-de-casa passa por tratamento medicamentoso para reverter o processo. Os médicos disseram que ela deve voltar a andar em dez dias, mas ainda não é possível afirmar se haverá ou não seqüelas. Ontem eles estiveram no Instituto Médico Legal da Polícia Civil para passar por perícia médica.
Tatiana passará por outra avaliação hoje, com um profissional diferente.
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