Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), realizado nas principais regiões metropolitanas do País, mostrou que a taxa de pobreza caiu de 35%, em 2003, para 27,1% em 2006. Segundo o órgão, a expectativa é que o indicador feche 2008 em 24,1%. Os responsáveis pelo estudo definem como "pobre" as pessoas com renda per capita igual ou inferior a meio salário mínimo (R$ 207,50)."É correto se dizer que a pobreza diminuiu em quase um terço nos últimos cinco anos. Porque o percentual caiu de 35% para 24,1%", disse o presidente do órgão, Márcio Pochmann. Em termos absolutos, o Ipea estimou em 3 milhões o número de pessoas que deixou a pobreza, com o contigente passando de 14,3 milhões de pessoas, em 2002, para 11,3 milhões, em 2008.A melhora foi ainda mais acentuada no percentual de indigentes (quem recebe um quarto do salário mínimo): de 5,57 milhões para 3,12 milhões de pessoas em 2008 - ou uma queda de 43,8%.Além de apontar a redução na pobreza, os dados também mostram que a taxa de ricos aumentou. Segundo o Ipea, o percentual de famílias com renda acima de 40 salários mínimos (R$ 16 mil) subiu de 0,8% (362 mil) do total de famílias brasileiras, em 2003, para 1% (476 mil), em 2006."Esse movimento simultâneo (de queda da taxa de pobreza e aumento da de riqueza) pode indicar que o aumento na produtividade não está sendo repassado como deveria para o valor do salário mínimo", explicou Pochmann.O estudo do instituto foi realizado nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Recife.Essas regiões concentram 25,4% da população brasileira, em torno de 17% dos pobres do país e 42% dos ricos, de acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).A maior queda no número de pobres ocorreu na região metropolitana de Belo Horizonte, onde o contingente de caiu de 38,3% em 2002 para 24,1% em 2007 e, segundo projeções, deverá chegar a 23,1% em 2008.Recife, com 44,9% de pobres, e Salvador, com 39,2%, são as regiões metropolitanas com maiores índices de pobreza em 2007, de acordo com a pesquisa.São Paulo e Porto Alegre, por sua vez, têm as menores taxas de pobreza, 21,9% e 20,6% - respectivamente.Segundo as projeções do Ipea para 2008, São Paulo ganha de longe de todas as regiões metropolitanas, com 4 milhões de pobres (ou 35,7% do total de pobres no conjunto das regiões metropolitanas).O Rio de Janeiro está em segundo lugar nos números absolutos, com 2,6 milhões de pobres (22,3%). Por outro lado, o estudo ressalta que as duas principais capitais do Sudeste também tiveram a queda mais expressiva no número de pobres - 1.152 milhão de pessoas saíram dessa condição em São Paulo e 571 mil na região metropolitana do Rio.A região metropolitana de Recife foi a que mais ganhou participação no contingente de pobres no país no período analisado no estudo, passando de 12,2% em 2002 para 13,6% em 2007.Além de ter tido os maiores avanços na questão da pobreza, BH foi a única região metropolitana que em 2007 aumentou a participação dos mais ricos na sua população (de 0,7% para 1,0%) em relação a 2002.O estudo ressalta, porém, que tomando como base o ano de 2003, "verifica-se que todas as regiões metropolitanas tiveram, em 2007, maior peso relativo dos indivíduos pertencentes às famílias com rendimento mensal acima de 40 salários mínimos mensais".Se considerado a total da população "rica" nas regiões metropolitanas, 50,9% delas estão em São Paulo, 21,4% no Rio, 10,6% em Belo Horizonte, 7,1% em Salvador, 5,2% em Recife e 4,5% em Porto Alegre.Embora o estudo não meça variações na renda da classe média, o Ipea interpreta os números como uma demonstração de que "o crescimento produtivo do país veio acompanhado de uma melhora na renda das famílias em todas as faixas".
Com informações da BBC Brasil.
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