A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público pediu que a Justiça afaste de seus cargos o presidente da Câmara Municipal de Londrina, na região Norte do estado, Sidney de Souza (PTB), o líder do Executivo, Gláudio de Lima (PT), o corregedor do Legislativo, Luiz Carlos Tamarozzi (PTB), e Jamil Janene (PMDB). Os promotores também solicitaram que os quatro sejam incluídos na ação sobre a “Lista de Caldarelli”, que tramita na 1ª Vara Cível. Até o momento, a acusação incluía apenas os vereadores afastados Osvaldo Bergamin (sem partido) e Renato Araújo (PP) e o cassado Orlando Bonilha (PR).O MP também pediu a inclusão nesta ação do ex-vereador Henrique Barros (sem partido) e do vereador afastado Flávio Vedoato (PSC), que estão em outros processos que apuram corrupção na Câmara. Os promotores ainda pediram a inclusão de Souza, Gláudio, Jamil e Tamarozzi nessas outras ações. Eles são acusados de instalar um esquema de corrupção na Câmara no qual recebiam dinheiro em troca da aprovação de projetos que beneficiavam empresários locais. O pedido do afastamento de mais quatro vereadores foi fundamentado na confirmação por Bonilha na Justiça das denúncias que havia feito ao MP. Ele depôs sexta-feira. Segundo Bonilha, todos participaram de um esquema com o objetivo de legalizar a doação do terreno de 3,2 mil metros quadrados às margens do Lago Igapó para o empresário Marcelo Caldarelli.Bonilha afirmou à Justiça ser real a lista com os nomes de nove vereadores, incluindo o dele, entregue pelo empresário aos promotores. A lista foi redigida pelo vereador Renato Araújo, que negou, porém, ter escrito valores à mão na frente dos nomes.
Bonilha aparece na lista com o número 6 e os demais com 3. O ex-vereador confirmou à Justiça ter recebido R$ 6 mil para aprovar a regularização do terreno. “Não há como permanecerem nos cargos enquanto tiverem que analisar denúncias de cidadãos que chegam à Câmara”, afirma o promotor Renato de Lima Castro, em relação a duas representações feitas por populares e que devem ir à Comissão de Ética. “Se o julgador participa de uma quadrilha, então falta isenção”, conclui. “É necessário que se afastem e convoquem os suplentes.” O Corregedor da Câmara, Luiz Carlos Tamarozzi, integrante da Comissão de Ética, é implicado por Bonilha diretamente. O ex-vereador diz ter entregado a ele dinheiro do caso Caldarelli em um estacionamento na Avenida Maringá. O promotor Claudio Esteves afirma que os pedidos de afastamento dos quatro têm como base “a soma de indícios agora enriquecidos pelos detalhes do depoimento de Bonilha”. De acordo com o agente da promotoria, “Bonilha confessa que recebeu e os demais racharam o dinheiro”. “Só poderia levar à denúncia”, disse Esteves.Se os quatro forem afastados, metade dos 18 eleitos em 2004 estarão fora do Legislativo.
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