domingo, 15 de junho de 2008

Mercado de luxo tem pneu que roda mesmo furado

Carros de luxo precisam de pneus de luxo. A questão não é nem um pouco estética: quanto maior a potência, mais o carro exigirá dos pneus. Além disso, a alta tecnologia permite reduzir cada vez mais o consumo de combustível, utilizar materiais alternativos aos derivados de petróleo e até fazer com que o pneu rode furado por quilômetros. O gerente de marketing de produto de pneus de passeio e caminhonete da Michelin na América do Sul, Renato Silva, explica que a qualidade do produto vai muito além do que simplesmente rodar. “Você pode ter um carro de altíssima potência, mas com um pneus de baixa, o carro patina, não freia. Não adianta muito. Quanto mais potência, mais peso, e mais importante o pneu se torna”, explica. E a regra se aplica a qualquer tipo de carro. Por esse motivo, as fabricantes de pneus investem tanto em tecnologia. O diretor de pesquisa e desenvolvimento da Pirelli, Roberto Falkenstein, explica que do ponto de vista tecnológico, o pneu precisa equilibrar durabilidade com espaço de frenagem, performance em pisos molhados, economia de combustível, etc. O mercado de luxo.Os modelos de alta performance são recomendados para BMW, Ferrari, Bugatti, Lamborghini, etc.. Por isso, no Brasil, representam apenas 0,5% do mercado. No mundo inteiro, os pneus de alta performance correspondem a 3,5% das vendas. De acordo com a Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), os modelos de alta performance são divididos em três categorias: V (para carros que chegam a 240 km/h), W (até 270 km/h) e Y (acima de 300km/h). Ainda segundo a Anip, a Califórnia (EUA) é o estado de maior consumo de pneus de alta performance em função do alto poder aquisitivo da população e da preferência por carros esportivos.
Resistência a furos
No Brasil, quem comprar um Mazda, BMW, Audi, entre outros modelos de luxo, tem a opção da tecnologia que permite que o veículo rode com o pneu furado por mais de 90 km a uma velocidade de 80 km/h. A primeira empresa a trazer este tipo de pneu ao mercado brasileiro foi a Bridgestone. De acordo com o gerente geral de engenharia de vendas da Bridgestone Firestone do Brasil, José Carlos Quadrelli, o automobilismo é um grande laboratório para o desenvolvimento de componentes. “A tecnologia vem aos poucos do que é desenvolvido no automobilismo”, afirma. Segundo ele, a otimização do negro de fumo veio da pesquisa de competição, assim como o friso de aço.
Pneus ‘verdes’
A economia de combustível reforça a tendência mundial de buscar “produtos verdes”. Renato Silva explica que toda a linha de desenvolvimento é voltada para a diminuição da resistência à rodagem. “Existe uma grande preocupação com o meio ambiente”, diz o gerente da Michelin. A redução no consumo de combustível varia entre 2% e 4%. “Se for pegar a média de economia, você ganha um pneu de graça só com a economia de combustível”, afirma Silva. Segundo ele, a primeira geração de pneus verdes da Michelin foi lançada em 1994. Hoje, na quarta geração na Europa, o pneu mais avançado é o que tem aplicação de sílica no composto da banda de rodagem. “Buscamos novos materiais, inclusive para a estrutura interna da construção dos pneus”, acrescenta. O forte investimento na inovação “verde” fez com que essa tecnologia entrasse em todos os segmentos. A Continental Pneus, por exemplo, trabalha com um pneu que permite economizar entre 6% e 7% o consumo de combustível em relação a outros produtos de baixo custo.

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