O menino sofreu fraturas no maxilar e no braço, e ainda se recupera dos ferimentos. O processo para contar sobre a morte da mãe, que aconteceu em 18 de novembro, foi delicado. “Nós fomos contando histórias da Bíblia. Que um dia a gente vai se encontrar, e que a mamãe virou um anjinho. Aí ele riu e falou 'então eu também vou virar um anjinho para encontrar com a mamãe'”, conta Josilene Bezerra Nóbrega, tia do menino.
"Ele fica chorando, dizendo que está com saudades da mãe. Você vê ele brincando de dia, mas à noite ele estava tendo muito pesadelo”, diz a avó do menino, Jacira Macedo Nóbrega.
Para tem suprir a falta da mãe, tios e primos cercam o menino o tempo todo, fazendo de tudo para que não falte carinho. A criança usa um cordão e um pingente com a letra A, que eram da mãe. “O que está me dando forças é ele, que se não fosse ele eu não sei o que seria de mim. O que eu quero no momento é que ele se recupere, o que importa para mim é isso”, explica Jacira.
A Justiça concedeu a guarda provisória do garoto para a avó. Nos últimos dias, a vida da família mudou para recebê-lo. O quarto foi preparado às pressas e os brinquedos dele foram transportados. Eles fazem de tudo para que ele supere o que aconteceu há duas semanas, mas não escondem o medo.
Suspeito
Na queda, o menino ficou na marquise e acabou socorrido por vizinhos. Andréia caiu na calçada e morreu. O ex-marido dela e pai do garoto é o principal suspeito. Ele teve a prisão decretada pela Justiça, mas está foragido.
As imagens do circuito externo de TV de uma agência dos Correios que fica no térreo do prédio registraram o momento em que o pai do menino aparece saindo do local, enquanto os vizinhos socorriam o garoto.
A polícia já fez a reconstituição da queda, e acredita que o homem não empurrou a ex-mulher e o filho. Entretanto, ele teria ameaçado matar os dois, e por isso Andréia pulou com o filho.
“Ele tem coragem de vir aqui, todos nós comentamos isso, vir aqui querer ver o filho, dizer que ama, porque o amor que ele dizia sentir pela minha irmã era louco. É a mesma coisa com o filho”, explica a tia do menino. "Enquanto ele estiver solto é isso mesmo que vai acontecer. A qualquer momento ele aparece."
Nove testemunhas foram ouvidas pela polícia. O advogado da família diz que outras pessoas poderiam ajudar a esclarecer o crime, mas estão com medo. “Inúmeras testemunhas que poderiam depor relatando fatos hoje se omitem, tem temor de prestar depoimento, já que ele se encontra foragido”, explica Fernando José da Costa.
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