A enchente em Santa Catarina, que já deixou 114 mortos e mais de 78 mil desabrigados, também está causando prejuízo para as contas externas brasileiras. Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento (MDIC), Welber Barral, as exportações caíram US$ 370 milhões em novembro por conta de produtos que deixaram de ser embarcados ao exterior pelo Porto de Itajaí (SC) - que foi totalmente destruído pelas chuvas. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (1).
"O porto de Itajaí é extremamente importante. É o segundo maior porto de conteiner do país. É muito mais importante para as exportações do que para as importações. Por ele, são embarcados produtos de maior valor agregado, como os manufaturados", disse Barral.
Segundo ele, a interdição do porto impede a exportação de cerca de US$ 31 milhões por dia. O secretário não soube fornecer, porém, uma estimativa para os prejuízos do mês de dezembro.
Dados do governo mostram que 4% de todas as exportações brasileiras são embarcadas ao exterior por meio do porto de Itajaí. Segundo Barral, cerca de 30% das exportações brasileiras de carnes são feitas via Itajaí, além de 22% das vendas externas de fumo; 26% das exportações de móveis; 21% de produtos cerâmicos; 32% das exportações de compressores e 60% da produção brasileira de maçã destinada ao mercado externo.
O secretário de Comério Exterior disse ainda que a Secretaria de Portos do governo federal estimou que o porto voltará funcionar normalmente somente dentro de dois meses. "Houve um processo grave de assoreamento do rio. Vai ter que fazer dragagem. De 30 a 60 dias, pelo menos 50% do porto voltará a ficar operante", acrescentou Barral. Ele lembrou que o governo já liberou, via Medida Provisória, R$ 350 milhões para obras no porto de Itajaí.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, cerca de 3 mil caminhões estão parados por conta dos estragos no porto de Itajaí, e também pela queda de barreiras nas rodovias federais, o que tem afetado o escoamento da produção das regiões Sul e Sudeste do país.
"Estes caminhões vão ser deslocados para outros portos, como Santos, Paranaguá e São Francisco do Sul. Traçando um paralelo com o setor de aviação, é como se Congonhas fosse fechado. Consegue deslocar uma parte para Guarulhos, mas não tudo", disse ele.
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