A reparação do enorme acelerador de partículas construído para reproduzir o "Big Bang" em pequena escala pode custar até 35 milhões de francos suíços -- 29 milhões de dólares --, afirmou nesta sexta-feira (5) a Organização Européia para a Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês).Ao anunciar mais um atraso nas operações do Grande Colisor de Hádrons, esperadas agora para começar no meio do ano que vem, o porta-voz do Cern James Gillies disse que o conserto vai custar 15 milhões de francos suíços e que as peças custarão entre 10 e 20 milhões de francos suíços.
O enorme sistema, a maior e mais complexa máquina já feita, custou 10 bilhões de francos suíços para ser construída pelos 20 membros europeus do Cern e por outros países, incluindo Estados Unidos e Rússia.
"Nós não vamos até os nossos Estados membros para pedir mais dinheiro, vamos lidar com isso dentro do orçamento atual do Cern", disse Gillies.
O acelerador de partículas foi construído para recriar as condições existentes logo após o "Big Bang", evento que para a maioria dos astrônomos marcou a criação do universo há 13,7 bilhões de anos.
A máquina emite feixes de partículas subatômicas, que colidem entre si a uma velocidade próxima à da luz. Físicos pretendem analisar os resultados das explosões em busca de partículas novas ou nunca vistas, que podem desvendar novos segredos científicos.
Os cientistas ligaram o equipamento com muita empolgação em setembro, disparando feixes de prótons por um túnel subterrâneo de 27 quilômetros de extensão. Mas nove dias depois eles foram forçados a desligar o colisor, quando um problema elétrico causou um vazamento de hélio.
Gillies disse que o vazamento causou "danos bastante consideráveis no acelerador".
O conserto vai exigir que 53 dos 57 ímãs sejam retirados temporariamente do túnel, construído na fronteira entre França e Suíça, perto de Genebra.
Vinte e oito já foram removidos, e todos os ímãs devem estar de volta ao lugar até o fim de março, disse Gillies. O Cern espera agora que o acelerador seja religado para testes em junho, com novas emissões de feixes de partículas.
"Não temos uma data precisa ainda", disse o porta-voz. O Cern havia dito antes que o colisor seria religado durante a primavera do hemisfério norte, na primeira metade do ano.
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