A China manifestou na segunda-feira "profunda preocupação" com o encontro ocorrido na semana passada entre o candidato republicano à Presidência dos EUA, John McCain, e o líder espiritual tibetano Dalai Lama. O regime comunista chinês, que domina o Tibete desde 1950, acusa o Dalai Lama de ser um separatista. O líder budista, já agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, vive exilado na Índia desde 1959. McCain recebeu o Dalai Lama na sexta-feira no Colorado e pediu a Pequim que melhore a situação dos direitos humanos e liberte presos tibetanos. A chancelaria chinesa reiterou sua posição de que tudo que tiver relação com o Tibete é um assunto exclusivamente interno. "O lado chinês manifesta profunda preocupação com o supracitado relato", disse o porta-voz Liu Jianchao em nota alusiva ao encontro entre McCain e Dalai Lama. "Somos contra o envolvimento do Dalai em atividades separatistas em qualquer país, sob qualquer pretexto, e somos contra que alguém use a questão do Dalai para interferir nos assuntos internos chineses. Esta posição é consistente e clara", acrescentou. Embora representantes da China e do Dalai Lama já tenham se encontrado duas vezes desde os distúrbios ocorridos em março no Tibete, o governo continua acusando-o de apoiar a violência, sabotar a Olimpíada de agosto e buscar a independência da sua região. O Dalai Lama nega as acusações, diz ser favorável à realização dos Jogos Olímpicos em Pequim e afirma trabalhar por mais autonomia pelo Tibete, mas não pela independência. No ano passado, o governo chinês cancelou vários encontros de primeiro escalão com autoridades alemãs depois que a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel se tornou o primeiro chefe de governo alemão a receber o Dalai Lama.
(*Reuters)
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