domingo, 4 de maio de 2008
Tour em favela do Rio inclui papo com traficante, diz jornal
Uma agência de turismo oferece, dentro do pacote de passeio pela favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, um bate-papo com traficantes armados, revelou o jornal Folha de São Paulo. De acordo com a reportagem, durante o tour o guia informa que os turistas "vão dar de cara com os "soldados" armados". No começo do passeio, o agente de turismo localiza um "soldado do tráfico" que vem conversar com os visitantes e conta, inclusive, que já passou 9 anos e 8 meses preso, informou o jornal. Durante o trajeto, turistas passam por vários homens munidos de radiotransmissores e armas. Numa das partes mais movimentadas da favela, rapazes aparentando ter 15 anos fumam cigarros de maconha, relata o jornal. Eles são chamados de "aviõezinhos" do tráfico e vendem no local papelotes de várias drogas. A visita pela boca-de-fumo também está incluída no pacote. A Folha de São Paulo afirma ainda que o passeio custa R$ 90 e dura quatro horas. O agente de turismo mostra marcas de balas nas paredes dos barracos e nos telhados de zinco que cobrem parte dos becos. Durante a visita, um "soldado" com uma submetralhadora que fazia vigilância teria se deixado fotografar, mas conferiu na máquina digital para garantir que seu rosto não aparecesse nas imagens. Ainda de acordo com o jornal, o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, vê no caso "apologia ao crime" e "glamourização da atividade criminosa". A assessoria de imprensa da Secretaria estadual de Segurança Pública informou ao G1 que o caso será encaminhado à Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat) que vai tomar conhecimento sobre a reportagem e investigar se há possíveis irregularidades.
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