A promotora de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Maria Elda Fernandes Melo, disse que as pessoas que insistirem na realização da Marcha da Maconha nas cidades onde o evento foi proibido por liminar podem ser presas por crime de desobediência. A marcha estava programada para ser realizada em diversas capitais nesta tarde.A manifestação foi proibida em nova cidades: Cuiabá, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, João Pessoa, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
"Diante dessa decisão judicial, se as pessoas insistirem, essa conduta vai caracterizar um crime de desobediência, essas pessoas terão que ser conduzidas para a delegacia, não seria uma outra ação (judicial), seria uma ação policial", afirmou a promotora.
Segundo ela, um dos problemas é que a página da organização da marcha na Internet não é de um domínio brasileiro não tem o ".br" no final do endereço. Isso impede que se saiba quem é o responsável pelo conteúdo divulgado no site. "Tanto se pode imaginar que são pessoas interessadas na discussão legítima sobre a legalização da maconha, quanto você pode pensar que existem objetivos ilícitos, como aumentar o consumo dessa droga", disse Maria Elda.
"Como você não sabe exatamente quem é ou qual o verdadeiro objetivo desse site, e, conseqüentemente, da marcha, passa a prevalecer o que está contido no site, e esse conteúdo é ilegal", complementou. A promotora explica que o conteúdo divulgado na página incita o consumo de drogas, delito previsto na Lei de Drogas (Lei 11.343/2006) e punido com multa e detenção de um a três anos.
Ela disse também o Ministério Público abriu inquérito para investigar quem é o responsável pela página de divulgação da marcha. Apesar do pedido do MP e da decisão judicial determinando a suspensão da manifestação, Maria Elda se diz favorável à discussão sobre a legalização do uso da maconha.
"Essa discussão é legítima e até deve acontecer, mas não da forma como foi proposta", disse. Para ela, o debate tem que ser realizado em espaços acadêmicos e no Parlamento.
De acordo com a organização, a marcha está confirmada nas cidades de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Recife (PE) e Vitória (ES).
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