O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou nesta terça-feira em seu discurso na Assembléia Geral da ONU, em Nova York, que já é hora de expandir o G8 (grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia) para a inclusão de Brasil, China, Índia, África do Sul e México.
Em seu discurso em nome da União Européia, Sarkozy também pediu a realização de uma reunião de cúpula internacional até o final de 2008 para discutir a crise financeira internacional e, coletivamente, reconstruir "um capitalismo regulamentado".
"É dever dos chefes de Estado e governo dos países mais diretamente envolvidos se reunir antes do fim do ano para examinar juntos as lições da mais grave crise financeira que o mundo está passando desde a década de 1930", disse.
"Vamos reconstruir juntos um capitalismo regulamentado em que os bancos façam seu trabalho, que é financiar o desenvolvimento econômico, ao invés de especular", acrescentou Sarkozy.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon também afirmou em seu discurso que o mundo está próximo de uma grande transição.
"Agora, vemos novos centros de poder e liderança na Ásia, na América Latina e por todo o mundo recém-desenvolvido", afirmou.
"Os problemas que enfrentamos estão mais complexos", acrescentou. "Neste novo mundo, nossos desafios estão ligados à colaboração, e não ao confronto."
"As nações não podem mais proteger seus próprios interesses ou aumentar o bem-estar de seu povo sem a parceria com o resto (dos países)", completou Ban K-moon.
Ameaça Logo após o pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o americano George W. Bush também discursou na Assembléia Geral da ONU e acusou o Irã e a Síria de "patrocinarem o terrorismo".
Bush afirmou que os dois países estão cada vez mais isolados e pediu à ONU que aplique sanções contra a Coréia do Norte e o Irã devido aos seus programas nucleares.
O presidente americano acrescentou que a ameaça mais séria que a ONU enfrenta desde sua fundação é a do terrorismo.
"Ao assassinar inocentes deliberadamente para progredir com seus objetivos, extremistas desafiam os princípios fundamentais da ordem internacional", afirmou.
"Eles desprezam todos que respeitam a vida e dão valor à dignidade humana", acrescentou.
"Eles rejeitam as palavras da Bíblia, do Alcorão, da Torá", prosseguiu Bush. "Por qualquer padrão de consciência ou moralidade, eles colocam em perigo os valores de justiça e direitos humanos que deram origem às Nações Unidas."
Crise financeira Além de falar sobre terrorismo, Bush também abordou a situação financeira global e afirmou que os Estados Unidos estão tomando medidas decisivas para conter a crise.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o mundo enfrenta uma "crise financeira global, uma crise energética global, uma crise alimentar global" e lembrou que as negociações de comércio internacional "mais uma vez fracassaram".
Ban Ki-Moon afirmou ainda que atualmente a crise econômica nos Estados Unidos atravessa as fronteiras e "complica todos os outros problemas", além de ser um "desafio de liderança global".
"Vejo o perigo de as nações olharem cada vez mais para dentro ao invés de analisar um futuro compartilhado", disse o secretário-geral da ONU.
"Vejo o risco de regressão no progresso que conseguimos, principalmente na questão do desenvolvimento e de uma divisão mais justa dos frutos do crescimento global", acrescentou. "Isso é trágico."
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