quinta-feira, 19 de junho de 2008

Brasileira é morta em confrontos no Líbano

Uma professora brasileira foi morta na terça-feira durante confrontos entre militantes do Hezbollah e partidários pró-governo no Vale do Bekaa, no leste do Líbano. Segundo informações da polícia local, Samira Mahmoud Mazloum estava na sacada de seu apartamento quando foi atingida por um tiro. Não se sabe de quem partiu o disparo - moradores locais colocaram a culpa no Hezbollah e seu aliado, o partido Amal.Segundo o primo da vítima, Abdo Nadi, também brasileiro, Samira tinha quatro filhos, dos quais dois ainda moram no Brasil. "Foi uma tragédia o que aconteceu, ela não tinha nada a ver com as brigas políticas", disse Nadi.A brasileira morava em Barelias, uma cidade de maioria sunita, mas dividida entre partidários pró-governo e oposição, inclusive militantes do Hezbollah e do Amal.CombatesOs combates entre oposicionistas e governistas começaram ainda durante a madrugada e duraram até as primeiras horas da manhã. Seguidores do Movimento Futuro, do líder sunita Saad Hariri, entraram em confronto com militantes do Hezbollah e do Amal.Nos combates, foram usados fuzis, morteiros e lança-granadas, o que exigiu uma ação do Exército, que teve que enviar tropas para conter a violência.Confrontos ocorreram nas cidades de Barelias, Taalabaya, Saadnayel e nos vilarejos de Twiti e Qommol, todos no Vale do Bekaa, região que concentra muitos brasileiros. Além da brasileira, outras duas pessoas foram mortas e mais quatro ficaram feridas."Nós temos vivido sob um clima de medo e tensões constantes", diz Nadi. "Vários pequenos incidentes vêm ocorrendo, e não temos garantias de que o Exército vai nos proteger."Nas últimas três semanas, vários confrontos armados foram registrados no Vale do Bekaa e em Beirute, o que exigiu ações do Exército e das forças de segurança.Na capital, quase diariamente ocorrem incidentes entre as facções políticas rivais. Por isso, o recém-eleito presidente Michel Suleiman determinou que as Forças de Segurança Internas e o Exército libanês coloquem tropas e veículos blindados para patrulhar as ruas e conter as tensões.Sem governoDesde a assinatura, no mês passado, do Acordo de Doha, que pôs fim a violentos conflitos que resultaram na morte de 65 pessoas e 200 feridos, somente a eleição do presidente Suleiman foi cumprida. A maioria parlamentar apontou o primeiro-ministro Siniora para um novo mandato, com a missão de formar um novo gabinete.Mas, nas últimas semanas, as duas facções políticas não conseguiram chegar a um acordo sobre quais ministérios cada lado deve ganhar e quais devem ficar para o presidente.A oposição liderada pelo partido xiita Hezbollah quer ministérios importantes, como os de Relações Exteriores, Defesa e Finanças, o que é totalmente rejeitado pelos governistas.Com a demora na formação do governo e a alta nos preços de alimentos e combustíveis, o descontentamento e as trocas de acusações entre militantes de ambos os lados voltaram a crescer.

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