Adriana Almeida, conhecida como a viúva da Mega-Sena , não será mais solta neste sábado (28). Segundo o plantão da Justiça do Rio, uma pesquisa indicou outro processo a que ela responde em Arraial do Cabo, em que é acusada de falsidade ideológica. Com isso, não pode ser cumprido o habeas corpus concedido na noite de quinta-feira (26) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Adriana é acusada de planejar a morte do marido, o milionário Renné Senna, em Rio Bonito, na Baixada Litorânea do Rio, em janeiro de 2007.“Ela responde a um processo em Arraial do Cabo. Certa vez, o juiz do município pediu que ela fosse interrogada e foi feita uma requisição de réu preso. Acredito que por isso no sistema conste que ela está presa pela Justiça de Arraial do Cabo, o que não é o caso. Ela está presa pelo juízo de Rio Bonito”, explicou o advogado da viúva, Jackson Costa Rodrigues.Segundo o advogado, ela é acusada de falsidade ideológica por ter comprado um apartamento sem informar seu estado civil, na época em que já era casada com Renné. O advogado afirmou ainda que não há mandado de prisão expedido nesse processo."Vou ter que me reportar ao juiz de Arraial e trazer a comprovação para a Justiça de Rio Bonito, para que seja expedido um novo alvará de soltura", afirmou.
Novo alvará de soltura
Segundo o plantão judiciário da capital, como consta esse outro processo contra a viúva, o habeas corpus não pôde ser cumprido. Segundo a Justiça, seu advogado terá que comprovar que ela está liberada também por esse outro processo. Isso só deverá acontecer na segunda-feira.A decisão sobre a concessão do habeas corpus foi tomada por unanimidade pela Quinta Turma STJ, que votou em acordo com a relatora Laurita Vaz. Segundo o STJ, a decisão foi tomada pelo excesso da prisão preventiva, que fez a cabeleireira e os outros réus ficarem presos um ano e cinco meses sem que fossem condenados ou sequer julgados.
Muitos advogados e habeas corpus
Ao longo do processo, a viúva já teve quatro advogados diferentes e também havia dado entrada em outros seis habeas corpus no STJ. A diferença, segundo Jackson, é que agora a Justiça já decidiu levar os réus ao Tribunal do Júri e isso minimizaria a suspeita de que Adriana pudesse coagir testemunhas neste ponto do processo."Adriana estava presa sob a acusação de ser a mandante do crime e sob a hipótese de que ela poderia coagir testemunhas. O que rebatemos é que os argumentos da juíza para a prisão temporária sejam os mesmos usados até agora, sem elementos concretos, só no campo hipotético", explica o advogado.
Família ainda está na fazenda
De acordo com Jackson, mesmo após a decisão da Justiça de transformar a filha de Renné como inventariante dos bens do milionário, a família de Adriana ainda vive na fazenda de Rio Bonito, em que os dois viveram juntos."Adriana é dona de 50% da fazenda. Mas ainda vamos analisar se, por questões de segurança, é o local mais indicado para ela ficar, ou não. Me preocupo com sua integridade física por causa dos verdadeiros mandantes do crime", defendeu o advogado.
Outros réus
De olho no benefício, os advogados dos outros réus, acusados de participarem do crime, já começaram a entrar na Justiça pedindo a extensão da decisão. "Se ela foi solta, os outros também devem ser", disse o advogado Maurício Neville, que defende Anderson Souza, suspeito de ser o autor do disparo que matou a vítima.
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