Funcionários de escolas estaduais de Campo Grande denunciaram que a escolha de fornecedores da merenda escolar na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro está tendo que se enquadrar às determinações dos milicianos.Os seguranças particulares sem registro ganham 20% do total que é vendido nos colégios e, em troca, dão a garantia de que as empresas não terão concorrência na comercialização dos alimentos para a merenda. Homens armados e que "se dizem representantes de interesses de terceiros" vão aos colégios e afirmam que, se a compra continuar sendo feita de empresas não autorizadas pela milícia, as diretoras serão exoneradas, devido ao poder que detêm e a influência política da quadrilha, de acordo com esses funcionários.
"Fui abordada de forma covarde dentro da escola por dois homens que diziam ser milicianos. Fiquei apavorada. Conversei com outras diretoras e constatei que o quadro era o mesmo. Todas temos medo de denunciar esse esquema com medo de retaliações e ameaças que sofremos", relatou uma diretora, por carta. A diretora resolveu dizer a um dos fornecedores antigos que não podia mais manter a relação comercial porque a milícia proibia. "Já sabia disso. Eu também me sinto ameaçado. Aqui, nesta área, somente quem os políticos querem é que pode vender. Estou praticamente alijado do fornecimento em função de não concordar com este tipo de negócio", disse o comerciante. A Coordenadoria da Região Metropolitana IV, responsável pelas unidades escolares da zona oeste e órgão da Secretaria de Estado da Educação, informou que não tinha conhecimento do problema, porque, até ontem, nenhuma denúncia havia chegado a eles, nem mesmo informalmente.
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