A menina de 10 anos que morreu após supostamente ingerir bebida alcoólica em Rio Claro, a 173 km de São Paulo, foi enterrada na tarde desta terça-feira (28) no Cemitério Municipal. Versões desencontradas sobre a causa da morte da criança circulavam entre familiares e amigos da menina durante o velório e o enterro. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a menina morreu de intoxicação exógena, que pode ter sido causada por ingestão de bebida alcoólica. O caso será investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher do município. A criança passou mal no último sábado (25) e desmaiou, segundo o boletim de ocorrência, na casa do pai.A costureira Aparecida Darc, de 48 anos, havia viajado com a mãe da criança no último fim de semana para Itapetininga, a 163 km de São Paulo. A amiga conta que estava ao lado dela quando chegou a notícia de que a menina tinha passado mal. "Ela ficou em choque, muito nervosa. A menina era saudável", disse. Mesmo conhecendo a família da mãe, ela afirmou não ter certeza sobre a causa da morte da criança. A auxiliar de escritório Cristina Merlozi, de 37 anos, tia paterna da menina, negou a ingestão de bebida alcoólica. Ela mostrou a declaração de óbito da criança, emitido pelo serviço funerário municipal, em que consta que a causa da morte foi hemorragia intracraniana e acidente vascular cerebral hemorrágico. "Ela estava na casa da minha mãe. Tinha almoçado e começou a dançar embaixo do sol. Depois, ela deitou no sofá, estava vermelha, e reclamou de dor de cabeça. Ligaram para a polícia, que a levou até a Santa Casa", contou Cristina. De acordo com ela, a menina reclamava de dor de cabeça desde quinta-feira (23). O pai da menina estava muito emocionado durante o velório e precisou ser amparado até o carro após o enterro. Os familiares disseram que a mãe também não tinha condições de falar. O tio materno da menina, que preferiu não se identificar, afirmou que a sobrinha era saudável. "Era uma criança normal, estava brincando na casa do pai. Ela tinha ido passar o fim de semana na casa do pai como fazia sempre", contou.
Guarda-civil
O guarda-civil Luís Fernando Godoy conta ter sido chamado por vizinhos do pai por volta das 18h30 de sábado (25). Eles relatavam, de acordo com Godoy, que uma criança de 10 anos tomava bebida alcoólica na casa. "Quando eu cheguei no local, me deparei com a menina deitada em um colchão no quintal, desmaiada", lembrou. Ainda segundo Godoy, a menina tinha a pulsação baixa e ele decidiu levá-la ao pronto-socorro no carro da Guarda Municipal. A menina teria acordado no meio do caminho e conversado com ele. "Ela pediu para eu parar porque queria vomitar. Mas não conseguiu. Então eu fui perguntando o nome dela, a escola que estudava, para mantê-la acordada." A criança chegou a ser socorrida no pronto-socorro do bairro, mas, diante da gravidade do caso, foi transferida para a Santa Casa. Segundo o guarda, o pai contou ainda na residência que os dois estavam em um churrasco e a menina bebeu vinho sem que ele percebesse. A mãe da menina havia viajado e deixou a filha sob os cuidados do pai. A menina morreu por volta das 21h50 desta segunda-feira (27) na Santa Casa do município.
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