segunda-feira, 16 de junho de 2008
Reino Unido eleva presença militar no Afeganistão para mais de 8 mil soldados
O Reino Unido enviará 230 soldados adicionais ao Afeganistão, elevando sua presença militar no país para mais de 8 mil tropas, segundo anunciou hoje o ministro da Defesa britânico, Des Browne. Em declaração à Câmara dos Comuns, Browne explicou que os militares desdobrados passarão dos 7.800 atuais para 8.030 até o primeiro semestre de 2009, após um reajuste dos contingentes por causa da mudança da "situação tática" no país, que levará à retirada de 400 postos e à criação de outros 630. Os novos reforços contribuirão para "melhorar a proteção" das tropas britânicas desdobradas no Afeganistão, assim como para "aumentar a capacidade" de treinamento dos serviços de segurança afegãos e para ajudar em missões de reconstrução e desenvolvimento, explicou o ministro da Defesa do Reino Unido. "Isso não significa que nossa missão esteja sendo ampliada. Significa que estamos tomando as medidas necessárias para realizar nossa missão da forma mais efetiva possível, com uma força cujo perfil e capacidades estão otimizadas em relação às circunstâncias que enfrentam", disse. O comparecimento de Browne ao Parlamento aconteceu depois de o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, se comprometer hoje com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a aumentar as tropas no país asiático até situá-las "no nível mais alto", e sem detrimento dos militares desdobrados no Iraque. Browne acrescentou que, até o primeiro semestre de 2009, os caças Harrier serão retirados de operação no país, e substituídos por uma força equivalente aos Tornado GR4. Segundo o ministro, a situação da segurança "melhorou" nos últimos meses, mas reiterou que o Governo britânico não queria ser "complacente". O anúncio do novo desdobramento acontece em um momento de recrudescimento das tensões na região, que levaram ontem o presidente afegão, Hamid Karzai, a ameaçar enviar tropas ao território paquistanês para impedir ataques dos talibãs além das fronteiras. O comando militar dos EUA informou que pelo menos 35 supostos talibãs morreram em combates com as tropas americanas e com as forças de segurança no sul do Afeganistão. Na mesma região, que faz fronteira com as áreas tribais do Paquistão e onde a etnia pashtun é predominante, os enfrentamentos entre rebeldes e forças internacionais e afegãs são constantes. Neste ano, mais de 1.500 pessoas morreram por causa da violência no Afeganistão. Até o momento, 102 soldados britânicos morreram no Afeganistão desde a invasão liderada pelos EUA, em outubro de 2001. O anúncio representa um respaldo para Bush, que está em Belfast na última etapa de sua viagem de despedida pela Europa, e nos últimos meses vem pedindo reiteradamente a seus parceiros europeus um aumento de suas contribuições tanto econômicas quanto militares no Afeganistão.
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