sábado, 21 de junho de 2008

Policial suspeito se mata na prisão

Acusado de fazer parte de uma rede de pedofilia em Roraima, o policial civil Júlio César Cavalcante Teles, conhecido como Cesinha, morreu na manhã deste sábado. A Polícia Civil afirma que ele se suicidou com um tiro na cabeça, por volta das 5h, após conseguir tirar a arma de um policial. Teles negava as denúncias.Teles estava preso desde o dia 17 de junho, no 4º Distrito Policial, localizado no bairro Pintolândia, em Boa Vista, acusado de coagir duas vítimas da suposta rede de pedofilia que atuava no Estado. A prisão foi feita pela Polícia Federal em cumprimento ao mandado de prisão preventiva e de busca e apreensão expedido pelo juiz da 2ª Vara Criminal, Jarbas Lacerda de Miranda. O delegado-geral Adalmir Sena disse que a Polícia Civil vai "chorar o morto sem discutir maiores questões". Entretanto, o delegado René de Almeida, plantonista do 4º DP, está conduzindo os procedimentos para apurar o caso. Sena descartou a possibilidade de queima de arquivo. "Foi um suicídio", afirmou. O corpo está no Instituto Médico Legal (IML).
Cesinha foi indiciado por coação no curso do processo, previsto no artigo 344 do Código Penal Brasileiro. Na época, o superintendente regional da PF, José Maria Fonseca, disse que a prisão foi necessária tendo em vista as ameaças feitas contra duas vítimas, supostamente a mando de empresários indiciados sob acusação de pedofilia. O policial foi preso após ir à casa de duas irmãs, de 13 e 14 anos, vítimas da pedofilia. Ele é apontado como segurança dos empresários e foi acusado de pressionar as meninas a não relatarem aos policiais os abusos sexuais que teriam sofrido. Cesinha teria dito às meninas que, caso os policiais as procurassem novamente, que elas negassem conhecer os empresários. Ele também teria sugerido às vítimas que fossem embora de casa, o que de fato aconteceu. As irmãs teriam fugido de casa no mesmo dia e só foram encontradas 24 horas depois, pela mãe, que procurou a Polícia Federal e narrou o caso. Em depoimento aos policiais, uma das garotas entrou em estado de choque e desmaiou. Ela foi socorrida e seu quadro de saúde é estável. A menina será incluída no programa de proteção à testemunhas e enviada para outro Estado. A PF relatou o caso à 2ª Vara Criminal, que de imediato determinou a prisão do policial. Na época em que foi preso o policial civil Júlio César se disse inocente. Negou que tenha ameaçado testemunhas ou que trabalhe como segurança para empresários acusados de fazerem parte da rede de pedofilia. Cesinha trabalhava no 4º Distrito Policial e respondia a dois processos criminais referentes a homicídios.

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