domingo, 1 de junho de 2008
Onda de demissões em Wall Street provoca pânico
Nossa mente acomoda a perda de um emprego, um dos grandes traumas na vida de uma pessoa, de forma espasmódica e oscilante. Quando o chamado chega, quando o boato se torna realidade, quando não é o corretor do cubículo ao lado mas você quem recebe os papéis de demissão, a psique assume o controle. Primeiro, há uma dormência. Passamos a operar em modo de sobrevivência. O medo rapidamente se transforma em raiva. Para alguns, surge o alívio em dizer adeus àquilo que os psicólogos definem como "o terror psicológico" que assombrava os corredores das instituições financeiras em crise desde a metade do ano passado. Mas o que vem a seguir -o desconhecido- pode ser igualmente assustador. Desde agosto, os bancos de todo o mundo anunciaram planos para eliminar pelo menos 65 mil postos de trabalho. Mas os executivos de bancos de investimento, os especialistas em recursos humanos e os psicólogos dizem que a desaceleração econômica que vivemos, a seqüência ininterrupta de demissões e de notícias financeiras sombrias, vêm custando um preço psicológico especialmente alto. "Estamos falando da vida de muitas pessoas", diz um executivo de banco de investimento na casa dos 30 anos que foi demitido em novembro pelo Bank of America, em Nova York. "Não estamos falando de estatísticas sobre número de funcionários. Nós não somos gado".Ele e diversos dos demais demitidos afirmam que, sob as condições impostas em seus pacotes de rescisão, eles não têm autorização de processar a empresa ou falar negativamente sobre ela. "É como se eu despertasse em um país diferente, no dia seguinte", diz uma pessoa que trabalha para o Merrill Lynch há mais de duas décadas e sobreviveu a uma rodada recente de demissões no banco.
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