sábado, 7 de junho de 2008

Diretor da AIEA alerta contra ataques a usinas nucleares

Ameaças de ataque a usinas nucleares devido à suspeita de que um dia elas poderiam produzir bombas pode enfraquecer o Tratado de Não-Proliferação, disse o diretor da agência de inspeção nuclear da ONU. "A ação militar unilateral enfraquece o quadro internacional do tratado. Estamos em um ponto crítico histórico", disse o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei, à revista Der Spiegel. Uma autoridade israelense disse na sexta-feira que um ataque ao Irã parecia "inevitável" pois as sanções da ONU parecem inaptas a impedir o governo de Teerã de desenvolver a tecnologia nuclear com potencial de fabricação de bombas. ElBaradei disse que uma crescente ameaça à paz vem da proliferação e que a prontidão de considerar a ação militar contra alvos nucleares é considerada suspeita. Israel e os Estados Unidos não excluem a possibilidade de um ataque ao Irã como último recurso para destruir seu programa nuclear, algo que críticos, entre eles ElBaradei, dizem que pode inflamar o Oriente Médio. O aviso do oficial israelense foi o mais explícito até agora. O Irã diz que está enriquecendo urânio somente para eletricidade, e não para armas, e que o programa irá permanecer sob monitoramento da ONU. Mas o Irã tem obstruído as investigações da ONU e restringido o alcance das inspeções. "A boa vontade do Irã em cooperar deixa a desejar. Temos questões urgentes", disse El Baradei, referindo-se a relatórios de que o Irã secretamente busca maneiras de desenvolver uma arma nuclear. Ele disse que o país islâmico, que é muito hostil a Israel, estava "mandando uma mensagem ao mundo inteiro: nós podemos construir uma bomba relativamente em breve". ElBaradei não comentou mais sobre isso nos trechos de suas declarações liberadas pelo Der Spiegel neste sábado, antes da publicação de segunda-feira.

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