quarta-feira, 12 de março de 2008

Cocaína afeta parte do cérebro ligada à força de vontade


Uma pesquisa do Trinity College, de Dublin, na Irlanda, revelou que a cocaína altera partes do cérebro associadas ao que coloquialmente é chamado de força de vontade.
No estudo, os pesquisadores fizeram exames nos cérebros de usuários da droga enquanto eles faziam trabalhos no computador.
Os testes mostraram que a cocaína aumentou a atividade em áreas do córtex pré-frontal, região do cérebro associada ao controle emocional e à tomada de decisões.
Os exames também revelaram diferenças nas estruturas cerebrais dos usuários de cocaína. Ainda não se sabe se estas diferenças existiam antes dos examinados começarem a usar a droga ou se foram resultado do hábito.
Mas as descobertas levantam a possibilidade de que diferenças na estrutura cerebral possam fazer com que pessoas sejam potencialmente mais vulneráveis aos efeitos da cocaína.
“Problema médico”
"Esta pesquisa nos ajuda a afastar a idéia de que a dependência de drogas é uma fraqueza moral e nos permite ver (a dependência) mais como um problema médico", afirmou Hugh Garavan, que liderou a pesquisa.
"Compreender o papel que nosso cérebro tem no processo que leva à dependência pode também ter implicações importantes para o tratamento do vício no longo prazo e também para a criação de terapias", acrescentou.
Segundo Garavan, os estudos anteriores a respeito do uso e vício em cocaína se concentraram em aspectos emocionais do problema, como o prazer que a droga provoca, o desejo de consumi-la e a crise de abstinência.
"Agora sabemos que os efeitos da cocaína no cérebro são multifacetados", disse o médico Gerome Breen, do Instituto Britânico de Psiquiatria.
"Garavan e seus colaboradores nos mostraram de forma convincente que as regiões do cérebro que controlam o impulso têm suas atividades alteradas pela cocaína. Isto ajuda em nossa compreensão dos efeitos e também na compreensão do vício em cocaína", afirmou. ( Tony D. Silva )

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